A mineradora australiana Triton Minerals anunciou que irá realizar um aumento de capital de 8,47 milhões de dólares para acelerar o desenvolvimento do projecto da unidade de exploração de grafite localizada em Ancuabe, distrito da Província de Cabo Delgado, Norte de Moçambique.
Os fundos serão angariados através da emissão de cerca de 302,5 milhões de acções ordinárias totalmente pagas, ao preço de 2,8 cêntimos cada.
O levantamento de capital será realizado em duas fases, com a primeira fase prevista para angariar $3,47 milhões através da emissão de 124 milhões de acções a investidores institucionais e sofisticados.
Na primeira fase, a empresa planeia emitir uma opção para cada acção.
A segunda fase, que está ainda sujeita a aprovação dos accionistas e reguladores, inclui um compromisso de 5 milhões de dólares da Shandong Yulong através da emissão de 178.571.429 acções.
O preço das acções também será de 2,8 cêntimos com cada acção, incluindo uma opção de anexo exercível a quatro cêntimos com vencimento dentro de três anos.
A Triton utilizará o encaixe para ampliar o Projecto Ancuabe e, em particular, avançar com os estudos prévios, aprovações e a construção de uma fábrica-piloto comercial.
“Esta [colocação] assegurará que a empresa capitalize a transição energética, tendência responsável pelo crescimento da procura de grafite que, de acordo com as previsões, irá continuar a aumentar a um ritmo acelerado, dada a sua utilização em baterias para veículos eléctricos e armazenamento de energia, bem como a procura significativa do sector de materiais de construção retardadores de chama”, disse o Director Executivo Andrew Frazer, em nota emitida aos accionistas.
“Estamos também a trabalhar de perto com as autoridades governamentais sobre o potencial restabelecimento de Nicanda Hill (um dos maiores projectos de exploração de grafite ao nível mundial, localizado em Balama), para o qual prosseguem as discussões”.
Recorde-se que, em Junho passado, as operações da mineradora chegaram mesmo a ser paralisadas devido a ataques de terroristas nas proximidades da localização da exploração. No entanto, poucas semanas depois, a Triton comunicou o retomar dos trabalhos, referindo estar “totalmente comprometida” com o desenvolvimento do projeto de Ancuabe, elogiando até o esforço das autoridades em fazer “tudo ao seu alcance” para garantir a segurança e estabilidade contínuas da região.
A Triton realizou recentemente uma revisão estratégica por forma a para considerar várias alternativas para colocar o projecto em produção no curto prazo, identificando o desenvolvimento inicial de uma planta piloto comercial (CPP) como parte de uma estratégia de desenvolvimento em duas etapas.
A fase 1 consistiria no desenvolvimento e construção do CPP para uma fábrica de processamento de pequena escala, capaz de produzir concentrado de grafite em flocos em base comercial, e visando o processamento de 100.000 t/ano a 125.000 t/ano, produzindo 5.000 t/ano a 8 000 t/ano de concentrado de grafite.
A Fase 2 consiste na expansão para uma operação em grande escala, conforme planeado no estudo de viabilidade definitivo de 2017, com processamento previsto de um milhão de toneladas por ano para a produção de até 60.000 t/ano de concentrado de grafite.
Com o income previsto do aumento de capital, a Triton espera estar em produção em Ancuabe no trimestre de Setembro do próximo ano.
As acções da mineradora australiana estão, nesta altura, a ser negociadas na Bolsa de Valores australiana a 2,8 cêntimos.