O projecto de Gás Natural Liquefeito (GNL) flutuante da Coral Sul está a sofrer problemas técnicos, o que poderá atrasar o seu arranque, inicialmente previsto para este semestre.
O facto gera preocupação, não só internamente, como no seio dos players internacionais, que estão já a enfrentar dificuldades impostas pela guerra na Ucrânia, e olham para Moçambique como alternativa às restrições no fornecimento de gás por parte da Rússia.
“Foram relatados sérios problemas no Coral FLNG com uma coluna de destilação crítica suspeita de ter danos internos. O encerramento é necessário para inspecção e reparação, o que atrasará o calendário de arranque em vários dias, se não semanas”, disse uma fonte citada pelo portal de notícias Energy Intelligence.
O projecto de 3,4 milhões de toneladas/ano, localizado na Área 4 da Bacia do Rovuma, ao largo de Moçambique, é operado pela petrolífera italiana Eni, com os parceiros ExxonMobil, CNPC da China, Galp, Kogas e a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) controlada pelo Estado. É o único projecto de exportação de gás da África Oriental que se esperava que entrasse em operação dentro do prazo estabelecido, contrariando o que tem vindo a acontecer com outros, também de GNL, naquela região, e cujos atrasos de vários anos são justificados por questões de segurança.
A Eni propôs, no início do mês passado, um segundo projecto FLNG para Moçambique, sinalizando que essa rota offshore se tornará, cada vez mais, no caminho a seguir para o GNL no País.
A Energy Intelligence sublinhou, entretanto, que os problemas técnicos com a primeira liquefacção flutuante ao largo de Moçambique vão abrandar a futura liquefacção flutuante de gás.