A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse esta segunda-feira, 29 de Agosto, que Bruxelas está a planear medidas urgentes e uma reforma estrutural dos mercados grossistas de electricidade para reduzir os preços “vertiginosos” da energia na Europa.
Os detalhes exactos deste plano de intervenção ao nível da União Europeia ainda estão a ser desenvolvidos, estando previsto que a Comissão Europeia possa anunciar mais detalhes ainda esta semana, avança a Bloomberg.
Para dia 9 de Setembro está já marcada uma reunião de emergência dos ministros da Energia dos Estados-membros, para discutir as medidas deste plano de emergência.
“Os preços vertiginosos da electricidade estão agora a expor, por diferentes razões, as limitações do nosso actual projecto de mercado para a energia eléctrica”, disse Von der Leyen no seu discurso na Cimeira Estratégica de Bled, na Eslovénia. Os actuais mercados grossistas “foram desenvolvidos sob circunstâncias completamente diferentes e propósitos completamente diferentes.”
E acrescentou: “É por isso que estamos a trabalhar agora numa intervenção de emergência e numa reforma estrutural do mercado de electricidade”.
O aumento sem precedentes nos preços da energia, que estão hoje quase dez vezes mais caros do que há um ano, está a levar que cada vez mais países europeus peçam que seja estabelecido um tecto máximo para o preço da electricidade.
O primeiro-ministro checo Petr Fiala, cujo país detém a presidência da UE, está a tentar recolher apoio para implementar esta medida de um preço máximo da energia e irá discutir possíveis limites com o chanceler alemão Olaf Scholz. Também a Bélgica já pediu que seja definido este tecto.
“Os preços altos são um problema em toda a Europa, que precisamos resolver em nível europeu”, disse Fiala em sua conta da rede social Twitter. “Antes do Conselho de Energia da UE queremos encontrar uma maneira de ajudar pessoas e empresas com a qual possamos concordar com outros líderes europeus.”
À semelhança do que já acontece em Portugal e Espanha, com o mecanismo europeu, as autoridades checas estão assim propor limitar os preços do gás natural usado para geração de energia, disse o ministro da Indústria e Comércio, Jozef Sikela, esta segunda-feira, citado pela Bloomberg.
França, por seu lado, reagiu com cepticismo à ideia de estabelecer limites aos preços da energia, dizendo que a sua situação é diferente de outros países europeus graças às medidas do Governo que oferecem protecção contra a inflação.
Entretanto, os Estados-membros já destinaram cerca de 280 mil milhões de euros para medidas, como cortes nos impostos e subsídios, para aliviar o impacto do aumento dos preços da energia para empresas e consumidores. Os Governos também começaram a limitar o uso de energia, proibindo a iluminação externa de edifícios na Alemanha e reduzindo as temperaturas de aquecimento interno, para cumprir a meta voluntária da UE de reduzir a procura de gás em 15%.