Nos meses que se seguiram ao início da guerra o mundo dos diamantes entrou numa espécie de pânico, motivado pelas sanções de países como os Estados Unidos, que impediam as transações com a gigante da indústria Alrosa. Mas esse receio parece estar agora a desvanecer-se.
Desde a aplicação de sanções, os compradores em grandes centros como Antuérpia, na Bélgica, e o Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, começaram a consultar com os seus advogados se de facto estas medidas impediam as transações desta “commodity”, segundo a Bloomberg.
Com o passar dos meses parece mesmo que essa possibilidade voltou a estar em cima da mesa, com a Alrosa a retomar níveis de exportações perto de valores verificados antes do início da guerra. Esta empresa, que é controlada em 58% pelo estado e autoridades russas, contabiliza cerca de um terço do fornecimento global de diamantes brutos.
De acordo com fontes familiares com o assunto, a agência de notícias norte-americana revela que a empresa russa está de novo a vender mais de 250 milhões de dólares em diamantes por mês, a uma distância de apenas 50 a 100 milhões de dólares face aos valores verificados antes da invasão da Ucrânia.
As vendas recomeçaram, entre várias razões, porque bancos indianos, que comportam um dos principais mercados de diamantes, começam a ficar cada vez mais confortáveis com transações noutras moedas que não o dólar norte-americano e acabam por não sofrer, desta forma, qualquer tipo de sanções.
A maioria dos diamantes provenientes da Rússia estão também a ir para a Índia, um dos centros onde existem empresas que cortam e polem os diamantes brutos em produtos acabados pelo que as transações têm sido feitas maioritariamente em rupias.
Bloomberg