A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana divulgou esta quinta-feira, 25 de Agosto, uma actualização dos resultados eleitorais, que dão vantagem ao MPLA com 52,08% dos votos, seguindo-se a UNITA com 42,98%.
De acordo com o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, foram já escrutinados 86,41% do total dos votos.
O PRS tem 1,18%, o FNLA 1,07%, o PHA está com 1,02%, a CASA-CE com 0,73%, o APN com 0,48% e o P-NJANGO com 0,42%, segundo dados avançados pela TSF.
Com 77,12% dos votos apurados em Luanda, a União Nacional para a Libertação Total de Angola (UNITA) lidera com 62,93% dos votos e o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) segue na segunda posição com 33,06%, revelou Lucas Quilundo.
Ainda antes da divulgação destes números, quando só eram conhecidos os dados avançados na noite de quarta-feira e que também davam a vitória ao MPLA, o número dois das listas da UNITA, Abel Chivukuvuku, afirmou, no entanto, que os dados provisórios recolhidos das eleições de quarta-feira apontavam para uma vitória do partido.
“Os nossos centros de escrutínio dão claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do nosso país”, afirmou Chivukuvuku, em conferência de imprensa. Como exemplo, indicou que, nos municípios da província de Luanda, o partido no poder (MPLA) ganhou em apenas um município.
Segundo Filomeno Vieira Lopes, dirigente do Bloco Democrático, partido que se associou às listas da UNITA, os dados actuais, só na província de Luanda, indicam que, em 60% dos números contabilizados pelo partido, 66% dos votos são na maior formação da oposição.
Perante o confronto de números tão diferentes, Abel Chivukuvuku sustentou que o processo “tem de ser pacífico: somos todos angolanos, somos todos actores da História de Angola, temos todos interesse em que tudo corra bem”.
Segundo Filomeno Vieira Lopes, o “sistema está montado para ser verificado” e, em “caso de divergência, há contestações e confrontação” nos órgãos respectivos.
Nelito Ekuikui, secretário provincial da UNITA para Luanda, disse que há vários casos de assembleias de voto que não publicaram ainda as actas-síntese, que resultam da contagem dos membros da mesa, fiscalizadas pelos delegados dos partidos.
“Há situações em que os delegados dos partidos se recusam a assinar as actas porque não correspondem ao que se passou”, afirmou Neito Ekuikui.
Chivukuvuku acrescentou, na mesma conferência de imprensa, que permanecem detidos cinco delegados e contestou a divulgação de uma sondagem na noite de quarta-feira pela Televisão Pública de Angola (TPA), violando a própria lei eleitoral.
“A Assembleia Nacional da República de Angola aprovou uma lei que determina que em período eleitoral não podem ser publicadas sondagens” e a TPA apresentou “supostas sondagens que dariam uma vantagem ao partido no poder”.