O sutiã possui um total de 14 sensores conectados, inclui um sistema de conexão via USB e uma app que permite verificar os resultados e enviá-los a um médico.
Em entrevista ao site SciDev.Net, Bolarinwa Kemisola, a engenheira robótica responsável pelo projecto, disse que, em apenas 30 minutos de utilização, os pequenos sensores de ultra-som do protótipo ‘scaneiam’ os seios e revelam a localização de um possível tumor, definindo se este é benigno ou maligno.
“A ideia é básica: quando surge um tumor, a área em seu redor enche-se de vasos sanguíneos para o alimentar. É assim que o cancro cresce. Essa super vascularização pode ser detectada por um aumento de temperatura, que, geralmente, é imperceptível sem equipamentos muito específicos”, explicou a pesquisadora e engenheira.
Bolarinwa Kemisola explicou ainda que o novo dispositivo pode fazer a diferença na luta contra o cancro da mama na Nigéria, onde, anualmente, cerca de 17 mil mulheres perdem a vida por conta da doença. A engenheira começou a dedicar-se na procura de uma solução para o cancro da mama após perder a sua tia à conta da doença. Com o auxílio de vários profissionais da sua área e da área da saúde, Bolarinwa Kemisola conseguiu colocar em funcionamento o primeiro protótipo do projecto em Fevereiro de 2021.
O cancro da mama é um problema de saúde global e, de acordo com os dados da Organização Mundial da Saúde, em 2020, foi responsável pela morte de 600 mil mulheres em todo mundo, sendo que 74 mil destes óbitos ocorreram em África.