A empresa Rede Viária de Moçambique (REVIMO) registou, em 2021, – o seu segundo ano de operações – resultados operacionais aquém das expectativas, ou seja, no valor de 125,9 milhões de meticais, um lucro considerado 7% inferior ao valor projectado de 134,7 milhões, sendo que, em 2020, a empresa registou lucro de 107 milhões de meticais.
No Relatório e Contas da REVIMO referente ao ano 2021, o Conselho de Administração revelou que o lucro registado foi inferior ao previsto, como consequência de se não ter alcançado a receita prevista nas portagens.
“O desvio desfavorável nos proveitos operacionais ficou a dever-se à baixa contribuição das portagens da Estrada Nacional Número Seis (N6), na receita da classe 4, impactada pelo covid-19, que causou a redução da disponibilidade e escoamento de mercadorias junto do porto da Beira”, indica o documento.
Durante o ano em análise, a REVIMO registou um volume de tráfego global de 6,2 milhões de viaturas, que se situou acima do previsto em todas as portagens, com destaque para a Maputo-Katembe, que registou 1,6 milhão de viaturas, um crescimento de 19,8% em relação a 2020, com excepção de Dondo e Chimoio.
O Relatório afirma que concorreram para este resultado o aumento do turismo doméstico impulsionado pelas altas temperaturas que se registaram, a fábrica de cimento da Bela Vista, que movimentou viaturas da classe 4, na Katembe e Mudissa, e o funcionamento intermitente da fronteira da Ponta D’Ouro, intensificando o movimento migratório.
“Comparado com o ano de 2020, o tráfego global aumentou em 13,7% em todas as portagens, incremento que ficou a dever-se à redução das restrições relativas ao covid-19 e ao aumento da circulação de camiões em Mudissa e Katembe, provenientes da fábrica da Bela Vista”, acrescenta o documento.
No que diz respeito aos investimentos, a REVIMO tem uma carteira de investimentos concluída, e, em curso, detém uma avaliada em cerca de 8,3 mil milhões de meticais. Alguns dos principais investimentos são referentes à construção do Nó de Tchumene, aos sistemas electrónicos de cobrança, à requalificação das rotundas e repintura da estrada Circular de Maputo e à primeira fase das obras de protecção costeira da Estrada Circular de Maputo, ao longo da Avenida Marginal.
Constam ainda “a reabilitação das estradas Macia – Praia do Bilene, Macia – Chókwé e Chókwé – Macarretane e construção de quatro portagens, a construção da Estrada Marracuene – Macaneta, e a portagem de Macaneta. Também a instalação de iluminação pública nas Estradas Circular e N6, as obras de emergência para reparação da N6: Beira – Machipanda (Km 220, Baixa do Púngue), e a conclusão da construção nas secções da N6, incluindo as obras pós ciclone Idai”.
Contudo, quanto ao balanço, em 2021, o Relatório da REVIMO indica que o activo total se situava em nove mil milhões de meticais contra 6,8 mil milhões de meticais de 2020. Já os passivos não correntes foram de 7,5 mil milhões de meticais em 2021, contra 5,5 mil milhões de meticais em 2020. Os passivos correntes situaram-se em 704,5 milhões de meticais, por oposição aos 557 milhões de meticais registados em 2020.
A REVIMO é uma sociedade anónima moçambicana, de direito privado, com sede em Maputo, que tem como objecto principal a construção, conservação e exploração, sob sistema de portagens, de estradas e pontes e suas infra-estruturas conexas, construídas ou por construir.