O Governo está a avaliar o uso de um novo sistema de fiscalização rodoviária, com capacidade de detectar mais de oito irregularidades na via pública. O equipamento, testado na última quinta-feira na Estrada Nacional Número Quatro (N4), poderá ser usado a breve trecho, no âmbito da prevenção e combate à sinistralidade rodoviária.
Segundo se sabe, o mecanismo, quando implantado nas estradas, permite detectar, em simultâneo, o excesso de velocidade, embriaguez, condução e uso do telefone, falta de cinto de segurança, corte de prioridade, desrespeito à passadeira de peões, seguros fora do prazo, multas, passagem com sinal vermelho e outras infracções.
Este sistema foi apreciado na Expo Dubai, em Fevereiro, levando os ministérios do Interior, dos Transportes e Comunicações e o Município de Maputo a fazerem a testagem com o objectivo de adoptá-lo.
Da testagem realizada na N4 foi possível detectar 150 casos de excesso de velocidade em 60 minutos, no intervalo entre as 12 horas e 13 horas.
“Os resultados da testagem são encorajadores. O projecto não pode ser visto como simples aplicação de multas e arrecadação de receitas. Pretende-se reduzir efectivamente os óbitos, porque se morre nas estradas por descuido dos motoristas, que conduzem com excesso de velocidade, a falar ao telefone ou embriagados”, disse João Ruas, presidente do Conselho de Administração da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento (EMME).
O dirigente explicou que, na fase-piloto, o projecto será usado na cidade de Maputo mas, dependendo dos resultados, poderá ser expandido para as demais províncias.
“Sem presença policial, as câmaras registam tudo o que acontece na via em tempo real e chega à sala de controle. A partir da matrícula será possível responsabilizar o infractor”, explicou João Ruas.