As autoridades da província de Cabo Delgado abortaram uma tentativa de exportação ilegal de 65 contentores de madeira para a China, depois de receberem uma denúncia anónima, anunciou o Instituto Nacional para o Controlo de Qualidade Ambiental (AQUA).
“Depois da denúncia, despachámos uma equipa de fiscais para [o distrito de] Montepuez, onde se constatou que 43 contentores com madeira em toros e esquadriada estavam prestes a ser exportados ilegalmente”, afirmou Mário Parina, da AQUA, citado hoje, 12 de Agosto, pelo Notícias.
Uma operação ilegal idêntica também estava em curso na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado, envolvendo a exportação de 22 contentores, mas foi neutralizada, acrescentou Parina. A fonte avançou que a mercadoria estava para sair de Moçambique a cargo de empresas cuja identidade não revelou.
“O assunto já está nas mãos dos órgãos de administração da justiça”, declarou.
“Ao nível administrativo, os autores da tentativa de exportação ilegal já foram multados”, adiantou Mário Parina, sem especificar os valores das coimas.
Em 2021, mais de 100 contentores com madeira em toros de espécies cuja exportação é proibida foram apreendidos em Pemba.
A justiça determinou que o produto ficasse à guarda da empresa responsável pela operação ilegal, como fiel depositário, mas 70 contentores foram ilegalmente retirados do local onde estavam guardados, tendo sido recuperados nas águas internacionais numa acção dirigida pelas autoridades judiciais.
Vários relatórios internacionais e internos têm apontado para a delapidação de recursos florestais em Moçambique, devido à exploração desenfreada de madeira para exportação, que tem como principal destino a China.
Apesar de uma actuação cada vez mais acutilante das autoridades contra essa prática, não cessam relatos de apreensões frequentes de grandes quantidades de madeira ilegalmente exportada.