O desenvolvimento das competências comportamentais e socioemocionais dos empregados garante melhores líderes e um ambiente empresarial mais acolhedor.
Quando o tema é a carreira, fala-se muito em desenvolver competências para alcançar posições mais elevadas, salários mais altos e atingir os objectivos desejados. Mas há já algum tempo que não são só as competências técnicas, chamadas hard skills, a serem tidas em consideração na definição de qual o candidato que irá alcançar a liderança, por exemplo. As competências transversais estão a ganhar cada vez mais espaço no mercado de trabalho, e este movimento não é em vão.
As competências transversais são competências que se referem ao comportamento do empregado. Por outras palavras, a sua capacidade de desenvolver uma relação harmoniosa com os colegas e influenciar positivamente o ambiente corporativo, actuando com inteligência emocional, por exemplo.
Competências transversais e o mercado de trabalho
Para se ter uma ideia, as competências transversais já se tornaram uma das principais preocupações dos profissionais de RH ao contratar. Um inquérito conduzido pelo próprio LinkedIn, em 2019, já apontava que 92% dos recrutadores consideravam as soft skills tão importantes como as hard skills e 89% também salientava que a falta de competências comportamentais seria a principal razão para as contratações mal sucedidas em organizações.
De acordo com o relatório sobre o Futuro do Trabalho 2020 do Fórum Económico Mundial, as competências transversais mais desejadas pelas empresas até 2025 serão: pensamento analítico e inovação, aprendizagem activa e estratégias de aprendizagem, resolução de problemas, pensamento crítico, criatividade, resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade, pensamento lógico, inteligência emocional, orientação para o serviço ao cliente (customer focus), persuasão e negociação.
As competências socioemocionais são capazes de mostrar liderança, facilitando o dia-a-dia da coexistência profissional, e também de ajudar na adaptação das inovações, sendo, portanto, capazes de determinar o futuro de um profissional.
Mas será possível desenvolver competências transversais?
Porque são subjectivas, as competências transversais são mais difíceis de medir ou definir. Assim, são também mais desafiantes de desenvolver. Para uma empresa, pode ser mais fácil, por exemplo, encorajar os empregados a aprender uma segunda língua e a fazer cursos técnicos ou formação do que ensinar trabalho de equipa ou competências comportamentais.
O desenvolvimento destas competências envolve um processo de médio a longo prazo e precisa de ser visto como uma actividade agradável, muito para além da obrigação. É também essencial que a aprendizagem de competências transversais seja orientada por profissionais especializados e através de percursos de conhecimento que sejam eficazes, que sigam um percurso de aprendizagem que faça sentido e que chamem a atenção das pessoas envolvidas.
Invista em conteúdos excelentes centrados em competências comportamentais e outros tópicos de relevância para a sua empresa.
Como podem as empresas oferecer aprendizagem centrada em competências transversais?
Já existem vários cursos que visam o desenvolvimento de competências transversais e disciplinas centradas em competências comportamentais em programas de pós-graduação de renome, por exemplo.
Para facilitar a oferta destes conhecimentos aos empregados, as empresas podem também optar por incluir módulos específicos com tópicos como comunicação, gestão do tempo, resolução de problemas, adaptabilidade, flexibilidade, lidar com a pressão, trabalho de equipa e atitudes positivas nos planos de desenvolvimento dentro das suas próprias universidades empresariais.
As universidades corporativas são uma ferramenta estratégica. Através delas, é possível envolver profissionais e orientá-los para se desenvolverem de uma forma mais personalizada, respeitando o processo de cada uma e ainda montando a equipa dos sonhos.
Fonte: Exame