Cerca de seis mil toneladas de arroz da campanha agrícola 2021/22 estão armazenadas no distrito de Chókwè, na província de Gaza, sem qualquer destino à vista. A situação tem que ver com a divergência na fixação do preço do cereal, entre os produtores e a empresa Limpopo Indústrias Alimentares, S.A. (LIA) detentora dos direitos de compra, processamento e venda do arroz produzido naquele regadio.
Os agricultores querem comercializar a sua produção a um preço considerado por si justo, de 19 meticais por quilo contra os 17 meticais por quilo, que a LIA se dispõe a pagar.
Entre outras condições colocadas a discussão pelos produtores destaca-se o pronto pagamento, rejeitando por completo a aquisição a título de crédito. Sem nenhum entendimento entre as partes, o cereal é conservado em condições precárias.
O facto está a preocupar a governadora de Gaza, Margarida Mapandzene Chongo, que disse que o seu Executivo já orientou para a necessidade de aprofundamento do diálogo entre as partes. Contudo, os produtores insistem que não vão aceitar qualquer proposta que não seja a de o Governo criar condições para comprar o arroz.
Sem cedência em nenhuma das partes e com o nó de estrangulamento na definição do preço, a empresa LIA abastece-se com o arroz produzido noutros locais do distrito e província.
Segundo Mapandzene citada pelo Notícias, a solução para a comercialização de arroz no regadio de Chókwè passa pela existência de uma empresa fomentadora, tal como já acontece em Xai-Xai, capital da província.
A governadora de Gaza acrescentou que, relativamente ao Regadio de Baixo Limpopo, não tem havido grandes problemas, “dado que existe uma empresa fomentadora que absorve o arroz mediante a produção por contrato. Contudo, também neste regadio a definição de preço tem sido o principal constrangimento”, disse.