Os vagões teriam grandes aberturas viradas para a frente que absorve o dióxido de carbono à medida que avançam.
Alguns investigadores divulgaram uma proposta na passada quarta-feira, 20 de Julho, para capturar e armazenar dióxido de carbono em vagões de comboio, acreditando que esta é uma solução mais barata e menos invasiva para as instalações de captura de carbono, e que muitos cientistas esperam que ajude o mundo a reduzir as emissões de gases com efeito estufa – uma abordagem pouco ortodoxa para combater as alterações climáticas.
Os vagões de comboio, detalhados num artigo publicado pela revista Joule, são uma invulgar reviravolta na investigação de tecnologias de “captura e armazenamento de carbono”, concebidas para reter o dióxido de carbono gerado pela queima de combustíveis fósseis antes de entrar na atmosfera e depois armazenar o gás, muitas vezes no subsolo.
Aqueles depósitos do comboio teriam grandes aberturas viradas para a frente, para absorverem o dióxido de carbono à medida que avançassem e poderiam armazenar o gás com efeito estufa num reservatório líquido antes de o enviar para locais de “absorção”, onde o carbono é armazenado em formações geológicas subterrâneas ou rochas.
Os investigadores apresentam os comboios como solução para algumas das armadilhas das abordagens mais tradicionais de captura de carbono, que geralmente envolvem ventiladores de energia intensiva e exigem quantidades substanciais de terra e licenças, criando um “enorme problema” porque “a maioria das pessoas quer resolver a crise climática, mas ninguém quer fazê-lo no seu quintal”, disse o co-autor do estudo Geoffrey Ozin, um químico da Universidade de Toronto, Canadá, numa declaração.
Em vez disso, os comboios não exigiriam licenças e seriam “transitórios e geralmente invisíveis para o público”, disse Ozin.
A quantidade de dióxido de carbono que o comboio médio pode remover da atmosfera por ano é de até seis mil toneladas, segundo os investigadores, o que constitui uma pequena fracção dos 5,2 mil milhões de toneladas métricas de dióxido de carbono que só os EUA emitiram em 2020.