O Governo moçambicano quer canalizar gás de cozinha para, pelo menos, metade dos bairros da capital Maputo até 2030, numa alternativa à subida do preço do combustível em Moçambique, anunciou ontem fonte oficial.
“Queremos chegar a mais bairros da cidade de Maputo para que a capital deixe de transportar a botija e tenha o gás canalizado. Ter a metade dos bairros de Maputo com o gás canalizado, até 2030, vai ser a nossa grande satisfação”, disse Moisés Paulino, director nacional de hidrocarbonetos e combustíveis no Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME).
O responsável falava terça-feira, 26 de Julho, aos jornalistas após uma visita aos bairros onde se está a implementar o projecto em Maputo, avaliado em 30 milhões de meticais.
Segundo Moisés Paulino, a iniciativa “é uma alternativa que o Governo de Moçambique, sendo produtor de gás, está a oferecer aos moçambicanos” para fazer face ao aumento do preço do gás.
A Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) de Moçambique anunciou, em 1 de Julho, a terceira subida de preço dos combustíveis deste ano, com o gás de cozinha a subir quase 20%.
O Governo espera distribuir gás canalizado para 200 famílias este ano, nos bairros 25 de Junho, Coop e Munhuana, em Maputo, havendo outras 100 casas a usar o gás, desde 2021, no bairro do Aeroporto, usado para a fase piloto do projecto.
“Estou há um ano a usar o gás canalizado e é muito económico porque consigo comprar mediante o valor que tenho disponível”, referiu Luísa Adolfo, dona de casa e residente no Aeroporto. Luísa conta que a sua botija de gás, que custava cerca de 850 meticais na altura, não durava um mês, mas com o gás canalizado passou a poupar mais e gasta, por mês, 900 meticais.
“O custo de uma botija de gás é maior para o bolso do cidadão comparado com o custo de obtenção a partir deste projecto”, frisou Moisés Paulino, referindo que o gás é pré-pago e que não há um preço definido.
As autoridades garantem haver segurança suficiente para evitar explosões, referindo que o gasoduto é posto no mínimo a 90 centímetros de profundidade e que o sistema corta automaticamente o fornecimento de gás e emite um alerta para a central quando detecta uma fuga ou anomalia nas instalações.
Segundo o director de hidrocarbonetos, o “grande desafio” do Governo é a massificação da iniciativa para outras regiões do País para “responder ao aumento do custo de vida. A tecnologia já está aqui, o grande desafio é fazer com que este gás chegue a mais moçambicanos”, frisou.
De acordo com as autoridades, o projecto foi implementado pela primeira vez em Inhambane, havendo cerca de 3000 ligações feitas nos distritos de Inhassoro e Vilanculos.
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