O País está à procura de estratégias para acabar com os ataques xenófobos contra os motoristas moçambicanos na África do Sul, bem como melhorar as condições de trabalho, segundo avançou a ministra do Trabalho e Segurança Social, Margarida Talapa, no decorrer da primeira conferência da Federação Internacional dos Trabalhadores em Transporte.
Os efeitos combinados dos ataques xenófobos, precariedade e a segregação no ambiente de trabalho minam as melhores condições de trabalho dos operadores na área dos transportes.
“Os factos levam-nos a recomendar o diálogo e concertação social como único caminho para a resolução de todos os diferendos que possam existir”, explicou Margarida Talapa,
Para promover o propósito do diálogo e concertação social na resolução de diferenças entre os trabalhadores e os empregadores, a ministra revelou que Moçambique conta com um órgão tripartido, designado Comissão Consultiva de Trabalho, integrado pelo Governo, empregadores e trabalhadores e funciona como uma plataforma de consulta e construção de consensos dos três intervenientes principais responsáveis pela viabilização das relações laborais.
Por sua vez, a Federação Internacional dos Trabalhadores em Transportes (ITF) reconhece os desafios do sector no País, daí que tenha escolhido Moçambique para acolher o primeiro encontro em países lusófonos da África Austral.
“Um dos desafios que o sector de trabalho enfrenta é a precariedade no trabalho. Podemos ver que há muitos desafios nesta área, como a questão de segurança no trabalho, a procura de trabalho digno e seguro sem segregação e os transportadores que não têm qualquer assistência”, detalhou Bayla Sow, secretário-adjunto regional da ITF.
A ITF defende, ainda, a criação de sindicatos ao nível das empresas para proteger trabalhadores. “A maior parte dos transportadores trabalha em firmas que não têm sindicatos e o trabalho que temos é reforçar estas estruturas e a capacidade de mobilização para a melhoria das condições de vida e de trabalho dos operadores. Por isso, queremos discutir para encontrar soluções para que juntos possamos desenvolver o continente”, sublinhou.