O Governo da África do Sul está a planear impor um limite ao preço da gasolina de 93 octanas, noticiou no sábado, 23 de Julho, a agência de informação financeira Bloomberg, citando um decreto publicado no diário oficial do país.
De acordo com a agência de notícias, o Governo convidou os agentes interessados a comentarem a proposta nos próximos 30 dias, a tempo de ser alterada caso o Governo assim o entenda.
Os custos da gasolina subiram 36% desde o início do ano, motivando forte críticas por parte dos partidos da oposição e dos sindicatos, uma contestação que acontece também em Moçambique, tendo já motivado várias greves.
No princípio de Julho, os camionistas e taxistas sul-africanos cortaram a estrada N4, a principal auto-estrada no nordeste do país, que liga a Moçambique, em protesto contra a subida dos preços dos combustíveis.
Além da subida dos preços dos combustíveis e dos bens alimentares, a África do Sul enfrenta também, em pleno Inverno, múltiplos cortes de energia sem precedentes, afectando os mais de 60 milhões de habitantes com 12 horas a 16 horas por dia sem energia eléctrica, os mais severos desde antes da pandemia do covid-19.
A subida dos preços do transporte tem sido um dos principais temas de debate nas últimas semanas em Moçambique, após os “chapas” (veículos ligeiros que servem de transporte dentro das cidades) terem paralisado, no princípio do mês, as suas actividades em protesto contra o agravamento do custo dos combustíveis, provocando longas filas e confusão em algumas zonas da capital moçambicana.
Na mesma altura, a Autoridade Reguladora de Energia (Arene) de Moçambique anunciou a terceira subida do preço dos combustíveis deste ano, com o gás de cozinha a subir quase 20%.
A guerra na Ucrânia e as pressões inflacionistas globais conduziram aos novos preços, que entraram em vigor no sábado, em Moçambique.
A gasolina subiu de 83,30 meticais (1,24 euros) por litro para 86,97 meticais (1,30 euros) e o gasóleo passou de 78,97 meticais (1,18 euros) para 87,97 meticais (1,32 euros) por litro.
Em 2008 e 2010, o aumento do preço de transporte rodoviário, acompanhado do agravamento do custo dos bens e serviços essenciais, gerou revoltas populares em algumas das principais cidades do País, resultando em confrontos com a polícia e destruição nalguns locais.