O aumento de investimentos em sistemas integrados de aviso prévio está a contribuir para a redução do risco de desastres, com impacto na baixa perda de vidas humanas e destruição de infra-estruturas no País.
A afirmação é de Luísa Meque, presidente do Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres (INGD), que falava há dias na III Reunião do Comité de Ministros Responsáveis pela Gestão de Risco de Desastres em Lilongwe, no Maláui. A título de exemplo, na época chuvosa e ciclónica 2021-2022, houve registo de 142 óbitos nas províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Gaza, Manica, Sofala, Niassa e Cabo Delgado.
Em termos de causas, 75 foram por desabamento de paredes, 36 por arrastamento pelas águas, 18 por descargas atmosféricas, seis por incêndios e queimadas descontroladas, quatro por queda de árvores, dois por electrocução e um por queda de poste de energia.
Luísa Meque indicou que, se não houvesse melhorias dos sistemas de informação, o impacto podia ter sido maior porque, em muitas situações, as pessoas são encontradas de surpresa devido à falta de informação atempada.
Referiu que, em 2022, Moçambique, Maurícias, Madagáscar e Maláui foram atingidos por ciclones tropicais, que deixaram um rasto de destruição e mortes.
Alguns desses desastres, tal como indicou, foram transfronteiriços, exigindo por isso resposta conjunta. É neste contexto que, como avançou, o Gabinete do Campeão para a Redução do Risco de Desastres, em coordenação com a Comissão da União Africana, está a trabalhar no desenvolvimento do quadro pan-africano para orientar a resposta a desastres.
Luísa Meque precisou que o programa visa atingir este objectivo, através de sistemas interoperacionais de aviso prévio a nível continental, regional e nacional para garantir que todos os 55 Estados africanos estabeleçam centros de operações de emergência avançados, dotados de tecnologia de ponta, nos próximos sete anos.
No entanto, ainda segundo Luísa Meque, durante os últimos 40 anos, o continente sofreu mais de mil desastres. Mais de 460 milhões de pessoas foram afectadas por secas, inundações, ciclones, terramotos e vulcões. O índice de risco de desastres para o continente africano permaneceu muito alto em relação a outros continentes, apesar dos numerosos esforços para abordar as vulnerabilidades aos riscos associados a desastres e mudanças climáticas.
A responsável esclareceu também que as inundações severas, secas, ciclones tropicais, tempestades e ondas de calor tiveram um impacto negativo no continente, comprometendo os recentes ganhos socioeconómicos, apesar da mudança de paradigma de abordagem reactiva para uma abordagem proactiva.