As autoridades moçambicanas começam hoje sexta-feira, 22 de Julho, a repatriar cerca de 1600 pessoas refugiadas no Maláui desde Janeiro (devido aos desastres naturais na província da Zambézia, no Centro de Moçambique), anunciou fonte oficial referida pela Lusa.
“Nós temos todas as condições criadas para arrancar com o repatriamento dos moçambicanos que se encontram em oito centros de acomodação no distrito de Nsanje”, no Maláui, disse César Tembe, do Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), em declarações aos jornalistas.
As famílias refugiaram-se no Maláui na sequência do ciclone Ana, que fustigou Moçambique em Janeiro.
Segundo o responsável, foram preparados quatro autocarros e quatro embarcações para levar as pessoas de volta ao distrito de Morrumbala, na Zambézia, além de dois camiões para o transporte de bens.
“Em paralelo a estes meios disponíveis, em Morrumbala existem terrenos demarcados para o reassentamento das famílias”, que são, no total, 1617, referiu César Tembe.
De acordo com o INGD, foram preparados ‘kits’ de retorno contendo utensílios de cozinha e alimentos para, pelo menos, 30 dias, num processo de repatriamento que deverá durar menos de uma semana, avançou o responsável.
O Maláui partilha uma vasta linha de fronteira com as províncias moçambicanas de Tete e Zambézia, na zona Centro, e Niassa, no Norte.
A tempestade Ana fez, pelo menos, 20 mortos em Moçambique, seis dos quais em Tete, e desalojou milhares de pessoas no País e no Maláui.
Na época chuvosa 2021-2022 (Outubro a Abril), pelo menos 134 pessoas morreram e mais de 760 mil foram afectadas por desastres naturais em Moçambique, segundo dados do INGD.
Entre os meses de Outubro e Abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afectam quase sempre alguns pontos do Sul do País.