Remuneração elevada, trabalho intencional, e aberturas nas maiores instituições do mundo. Em ascensão, apesar de todas estas vantagens, o mercado do ESG (área da sustentabilidade) ainda luta para preencher as suas vagas com profissionais qualificados.
A sigla ESG (Environmental, Social and Governance) foi utilizada pela primeira vez no relatório Who Cares Wins, produzido pelas Nações Unidas (ONU) em 2005. Na prática, este conceito defende que a rentabilidade de um negócio está directamente relacionada com a construção de uma operação ambiental e socialmente sustentável.
A verdade é que os investidores estão a colocar mais factores ns pratos da balança, para além do lucro e dos resultados, quando se trata de escolher em que empresas investir. Afinal, que investidor não prefere alocar o seu dinheiro a empresas que valorizam a boa gestão, a transparência, a responsabilidade social e ambiental e a garantia do bem-estar e respeito das partes interessadas (investidores, fornecedores, clientes e a comunidade)?
Além dos critérios do ESG, entenda como se tornar um especialista nesta tendência em 2022, de acordo com:
Elevada procura e muito pouca concorrência
As empresas passaram a compreender que seria impossível continuar a crescer e a atrair clientes e investimentos sem fazer das práticas do ESG uma prioridade. Como consequência, um movimento global: a explosão das ofertas de emprego na área.
De acordo com o Instituto CFA, organização brasileira pioneira de profissionais de finanças e investimentos, em Janeiro deste ano havia pouco mais de 16 mil profissionais certificados da ESG em todo o mundo. Por outro lado, numa pesquisa recente no LinkedIn, as vagas disponíveis a nível mundial já ultrapassavam a marca dos 34 mil. Ou seja, a procura ultrapassa largamente a oferta disponível.
Esta procura é explicada, em boa parte, pela apreciação do mercado nos últimos anos. De acordo com uma pesquisa realizada pela Bloomberg, o mercado global de activos de ESG – actualmente avaliado em 30 biliões de dólares – deverá atingir 53 biliões até 2025. Além disso, de acordo com um inquérito recente conduzido pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), 95% das empresas já têm o tema ESG como prioridade.
Mas o mercado não consegue encontrar profissionais. Num relatório recente, baseado numa análise dos perfis de um milhão de profissionais de investimento no LinkedIn, o Instituto CFA constatou que menos de 1% tinha formação na área do ESG.
E os salários acompanham a apreciação do mercado. À medida que a procura aumenta e a oferta de profissionais permanece estagnada, os salários aumentam a taxas exorbitantes. Actualmente, um profissional qualificado na área, mesmo sem dezenas de anos de experiência, pode ganhar entre 3 mil e 4,5 mil dólares por mês (equivalente a cerca de 176 488 e 235 318 meticais).
Como dar o primeiro passo para uma carreira na ESG?
Embora a “experiência anterior na ESG” não esteja entre os requisitos para começar a trabalhar no sector, o ensino superior e a especialização na área estão normalmente entre os pré-requisitos.
Isto significa que, desde que estejam dispostos a aprofundar e especializar-se no assunto, profissionais de diferentes origens podem encontrar na ESG uma oportunidade de mudar de carreira, alcançar posições e salários promissores, e também trabalhar com mais objectivo e qualidade de vida.