Um dirigente da Autoridade Tributária (AT) de Moçambique acusou, publicamente, os postos de combustível da Galp de cometerem irregularidades na faturação e compras, indiciando fuga ao fisco, num caso que a petrolífera “desconhece e estranha”.
Domingos Muconto, diretor-geral de Impostos da AT, dirigiu uma equipa de inspecção a postos de Maputo, na segunda-feira, onde disse aos jornalistas que, na sua opinião, haveria “procedimentos irregulares” ao nível da facturação e das compras de combustível, o que, na sua opinião, “indicia que a Galp mete muito combustível fora do circuito normal”, referiu, em declarações reproduzidas pela Rádio Moçambique, segundo a qual a inspecção foi desencadeada por uma denúncia.
Muconto acrescentou ainda estar a ser averiguada a autenticidade das licenças desses postos.
Contactada pela Lusa, a Galp nega as acusações, e assume que apenas soube delas “através da comunicação social”. Reagindo “com estupefação” e sublinhando que “não foi notificada de qualquer irregularidade” no âmbito da inspecção realizada.
E complementou:”A Galp não pode deixar de estranhar – e lamentar – que acusações de tamanha gravidade, com elevados danos para a imagem e para a reputação da empresa, sejam proferidas aos órgãos de comunicação social sem que tenha decorrido qualquer processo formal, e sem que a empresa tenha sido informada dos factos apurados, ou de os esclarecer”, acrescenta, em resposta a questões colocadas pela Lusa.
A petrolífera diz que a sua actuação até tem sido “recorrentemente distinguida pela própria Autoridade Tributária”, incluindo em Março deste ano, e que além disso é uma empresa de “rigor e transparência”, auditada exaustivamente, cotada em bolsa, com participações de accionistas internacionais.
A Galp diz ainda “contribuir como parte da solução para minorar o impacto da atual crise energética mundial na vida dos moçambicanos, como tem vindo a fazer ao longo dos últimos meses”.
Presente em Moçambique há 65 anos, a Galp tem uma rede de postos de combustível espalhada pelo país e faz parte da cadeia de comercialização de gás de cozinha.
Em Novembro, a empresa inaugurou obras de renovação da fábrica de enchimento de garrafas de gás na Matola, arredores de Maputo, num investimento de 10,6 milhões de euros.
A petrolífera faz ainda parte (com uma quota de 10%) do consórcio da Área 4 de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, liderado pela Eni e Exxon Mobil e que nos próximos meses começará a exportar as reservas de grande profundidade ao largo de Cabo Delgado.