A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) pediu ao Governo um mecanismo de reajustamento automático dos preços dos transportes, visando acabar com a incerteza em relação à fixação da tarifa e à viabilidade da actividade.
Os “chapeiros”, furgões de transporte de passageiros, pararam espontaneamente na segunda-feira, 4 de Julho, paralisando partes da capital, devido ao novo aumento do preço dos combustíveis, no sábado, sem que tenham autorização para subir o preço dos bilhetes.
“Estamos em negociações com o Governo e não são negociações fáceis, porque tem havido propostas e contrapropostas, principalmente em torno de uma fórmula que determine um reajustamento automático da tarifa”, afirmou esta quinta-feira, 7 de Julho, o presidente da FEMATRO, Castigo Nhamane, em declarações à Lusa, remetendo pormenores sobre a proposta para o fim das discussões com o Executivo.
Nhamane defendeu que o mecanismo iria evitar a incerteza em relação à fixação do preço de transporte e paralisações abruptas dos operadores do sector.
“Entrarmos em negociações sempre que há agravamento dos preços dos combustíveis e no meio de tensões e paralisações é lesivo para todos”, declarou.
A fórmula de cálculo automático da margem de subida do preço da tarifa de viagem no transporte rodoviário serviria de referência para outras opções de compensação aos transportadores, como os subsídios que o Governo prometeu pagar aos transportadores, numa primeira fase, e aos passageiros, numa segunda fase.
“O subsídio ainda não começou a ser pago, porque estamos em discussão com o Governo sobre os pormenores desse apoio”, avançou Castigo Nhamane.
Nhamane assegurou que os transportadores colectivos urbanos vão continuar a actividade, enquanto decorrem as negociações com as autoridades, como “sinal de boa vontade” dos operadores para o alcance de uma “solução razoável para todos”.