Em Novembro do ano passado, as Reservas Internacionais Líquidas (RIL) correspondiam a seis meses de importações, no valor de 3,4 mil milhões de dólares. Entretanto, foram-se desgastando até aos cinco meses com um valor de 3,2 mil milhões em Março, estando agora bem abaixo desse patamar.
Com a eclosão do conflito entre Rússia e Ucrânia, e a inflação decorrente disso mesmo, até por Moçambique ser uma economia fortemente dependente de importações, sobretudo de combustíveis e de cereais (particularmente o trigo) produzidos naquelas economias, o efeito de erosão sobre as RIL tem sido evidente, confirmou Emílio Rungo, director do Gabinete de Comunicação e Imagem do Banco de Moçambique, que falava esta quinta-feira, 7 de Julho, em Maputo durante a sessão de perguntas e respostas, organizada pelo Banco de Moçambique na qual se mostrou optimista quanto a este facto.
Afastando receios de que, se a guerra persistir, assim como a crescente inflação dos preços de cereais e de combustíveis, a capacidade interna de realização de algumas importações e de cumprimento de compromissos externos possa ser afectada, Rungo assinalou que, neste momento, “os níveis de reservas de que o País dispõe são suficientes para cobrir acima de três meses de importações de bens e serviços”, disse.
Na mesma ocasião, Emílio Rungo abordou a previsão do PIB, dizendo que o Banco aponta para uma recuperação da actividade económica, “e para um crescimento do PIB em torno dos 3%”, sublinhando que “esse crescimento será sustentado pela execução de alguns projectos energéticos que decorrem na província de Inhambane, na bacia do Rovuma, bem como a retoma do apoio do Fundo Monetário Internacional”.
Respondendo a uma das questões colocadas pela imprensa sobre a factura dos combustíveis de Janeiro a Maio, Emílio Rungo esclareceu que “o valor nesse período foi de 368 milhões de dólares”, sendo que, deste montante, “201 milhões representam a comparticipação do Banco de Moçambique”.
Quanto ao ponto de situação da balança de pagamentos, Emílio explica que “no primeiro trimestre, a conta corrente registou um agravamento de 100%, por conta da chegada da plataforma flutuante da Coral Sul, pois representa importação de um bem, mas se retirarmos o efeito da importação da plataforma, a nossa balança, neste período, regista uma melhoria de 4%”.