O Governo quer uma maior intervenção do sector privado no provimento de serviços de acesso à energia eléctrica, através de mais investimento, operação e manutenção de mini-redes, uma solução para levar energia às zonas fora da rede e com maior concentração da população.
O desafio foi lançado esta quarta-feira, 6 de Julho, em Maputo, pelo vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, António Saíde, na cerimónia do anúncio pela Engie Energy do alcance de 100 000 clientes no seu terceiro ano de implantação em Moçambique.
O dirigente realçou o papel desta entidade que classificou de um claro contributo para os esforços do Governo de Moçambique, rumo ao acesso universal de energia, em resposta ao problema nacional de Energia Para Todos, lançado em 2018 pelo Presidente da República, Filipe Nyusi.
Para Aide, a estratégia nacional de electrificação em implementação operacionaliza o programa Energia para Todos que estabelece duas abordagens dentro e fora da rede eléctrica nacional, apostando em sistemas solares residenciais como uma das soluções para a provisão de serviços deste recurso às famílias.
“A expansão do acesso à energia pelos moçambicanos, até 64%, em 2024, constitui um dos nossos grandes desafios e somos todos chamados a dar o nosso contributo para a materialização deste feito colectivo, à vista. Hoje alcançámos cerca de 44 % da população moçambicana com acesso à energia, com 40% da contribuição da rede eléctrica nacional, e o remanescente dos actores fora da rede nacional”, disse.
Na ocasião, António Aide anunciou a recente entrada em funcionamento de mais uma mini-rede solar na sede do posto administrativo de Mapulanguene, distrito de Magude, na província de Maputo, passando para 37 sedes electrificadas, das 135 que o Governo pretende alcançar.
O Fundo Nacional de Energia (FUNAE) compromete-se a continuar a apoiar a empresa Engie na sua actuação diária. Para o efeito, está a finalizar a elaboração do Roteio de Mercado para apoiar e facilitar aos diferentes actores a identificação dos locais para a intervenção fora da rede nacional.
“Como instituição, estamos cientes dos desafios do sector, por isso, estamos comprometidos com a expansão do acesso à energia através de soluções fora da rede. Manifestamos a nossa total abertura para continuar a interagir com a Engie e com todas as empresas do director privado na busca de soluções em prol do alcance das metas estabelecidas”, disse Isália Dimene, em representação do FUNAE.
O director-geral da Engie Energy Acess Moçambique, Emídio Amadebai, disse ser um orgulho para a sua instituição alcançar os primeiros 100 clientes no País, um marco decisivo para a empresa e para a indústria que opera fora da rede nacional, sobretudo depois de ter enfrentado alguns obstáculos. A Engie Energy Accesse Moçambique é líder de energia solar pré-paga e transformou mais de 500 000 vidas com energia limpa.