A Central Térmica de Temane, actualmente em construção na província de Inhambane, vai contribuir com cerca de 75% dos 600MW de energia eléctrica projectada pelo Governo para o presente quinquénio, em resposta à demanda crescente no País.
O empreendimento, cujas obras arrancaram em 2021, é fruto de um investimento no valor de 700 milhões de dólares, financiados pelo Banco Mundial.
A nova central, movida a gás natural, terá uma capacidade instalada para a produção de 450MW e o remanescente será coberto por energias renováveis.
O Governo moçambicano projectou o arranque da nova central para o presente quinquénio (2019-2024), facto que vai permitir a materialização de um dos principais objectivos do Executivo no sector energético, fazendo jus à aposta de que o gás natural é crucial para a transição energética.
Falando numa breve entrevista à AIM, o secretário permanente do Ministério Recursos Minerais e Energia (MIREM), Teodoro Vales, assegurou que já estão em curso acções para o aproveitamento das reservas adicionais de gás natural descobertas ao redor dos campos de Pande e Temane com vista a viabilizar os referidos empreendimentos.
“No presente quinquénio (2019-2024) prevê-se o aumento da capacidade de geração de energia eléctrica. Temane contribui com metade da energia, em 600MW, as energias renováveis terão uma participação de cerca de 200MW e o remanescente será energia térmica a gás natural”, disse Vales.
Segundo a fonte, as iniciativas que o Governo tem vindo a implementar visam responder aos desafios do aumento da disponibilidade de energia para as necessidades de desenvolvimento económico e social do País, que irão promover o potencial agrícola e alavancar a actividade industrial e mineira nas zonas atravessadas pelos projectos, entre outros ganhos.
“Trata-se da maior central a ser construída nos últimos 40 anos, cujas obras de construção começaram no primeiro trimestre de 2022”, disse.
Realçou que a construção da Central Térmica de Temane inclui a construção da linha de transporte de Temane-Maputo a 400Kv, o que corresponde à primeira fase da linha Tete-Maputo. Ainda no presente quinquénio, de acordo com a fonte, foi estabelecido como meta o alargamento do nível de acesso da população à energia eléctrica para 64%, dando assim um passo significativo ao objectivo do acesso universal até 2030, o que permitirá que mais de dez milhões de moçambicanos passem a dispor deste recurso pela primeira vez.
A fonte recordou que está em curso a revisão da estratégia de energia no País para fazer face aos novos desafios de desenvolvimento do sector, particularmente na área do gás natural, dada a prioridade de implementação de um programa de transição energética. A nova estratégia assenta numa matriz diversificada, com fontes mais limpas e amigas do ambiente e em linha com os programas de desenvolvimento do País.
Refira-se que o Projecto Coral Sul LNG anunciou recentemente a introdução de hidrocarbonetos na plataforma flutuante para a produção de gás natural liquefeito ancorada ao largo da bacia do Rovuma. Com este acto, Moçambique dá um salto importante para a produção de gás natural, que o coloca no mapa do grupo dos maiores produtores de gás natural do mundo.
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