O director executivo da Société Générale SA, Frederic Oudea, disse que o banco francês quer crescer organicamente em África, mesmo num cenário de incertezas quanto à recuperação pós-pandémica e à insegurança.
Frederic Oudea, que vai pôr fim ao seu reinado de 15 anos no banco no próximo ano, falou aos jornalistas em Abidjan, Costa do Marfim, e revelou que vê o negócio africano do banco, que representa cerca de 8% das receitas, expandir-se gradualmente.
“A expansão geográfica não é uma prioridade”, disse Oudea, citado pela Bloomberg, afirmando que o banco prefere consolidar a sua presença em mercados onde é líder ou onde tem potencial para se tornar líder.
“A prioridade é continuar um crescimento orgânico muito dinâmico no clima muito incerto da crise do covid-19 e de novos desafios geopolíticos”.
A unidade marfinense da SocGen, que convidou o Executivo baseado em Paris e outros altos funcionários a assinalar o seu 60.º ano de funcionamento, abriu um departamento dedicado ao financiamento da economia verde para contribuir para o impulso global do banco, no sentido de angariar 317 mil milhões de dólares para tais negócios durante os próximos anos, disse Oudea.
O SocGen, que tem presença em 19 países africanos, tem também vindo a alavancar uma parceria de três anos com o Grupo Absa, sediado em Joanesburgo, para alargar o seu alcance no continente.
“O covid e, em parte, a situação sul-africana tiveram um ligeiro impacto no dinamismo dessa colaboração nos últimos meses”, disse Laurent Goutard, que dirige a banca internacional para várias regiões, incluindo África. “Estamos a trabalhar para assegurar que essa parceria continue a crescer”.
Projecto Moçambique GNL não é decisivo para a operação
Uma nova onda de ataques do Estado islâmico no Norte de Moçambique tem ameaçado atrasar ainda mais o projecto de gás natural liquefeito da TotalEnergies SE, no valor de 20 mil milhões de dólares, um projecto do qual o SocGen é o principal conselheiro financeiro, e que continuará, provavelmente, suspenso até 2023, disse o director executivo Patrick Pouyanne, em Abril.
“O banco continua empenhado nesse mercado da África Austral, mesmo enquanto aguarda orientações da Total e das autoridades moçambicanas sobre o futuro do projecto”, disse Georges Wega, chefe adjunto da banca internacional para África do banco. “Temos uma operação que é rentável em Moçambique independentemente deste projecto”, disse Wega.