Depois de registar uma queda ligeira, o ouro valoriza numa altura em que os investidores medem o impacto das políticas monetárias “falcão” na economia, temendo a entrada em recessão.
O metal amarelo ganha 0,35% para 1 829,16 dólares por onça.
O aumento do apetite dos investidores pelo mercado da dívida soberana, diminui a procura destes “players” pelo ouro já que este não remunera em juros. Entretanto, depois da yield das obrigações norte-americanas a dez anos ter aliviado – após ter alcançado os 3,2% – o ouro conseguiu subir, amortecendo as perdas registadas este mês.
Na semana passada, Jerome Powell reiterou o compromisso “incondicional” de combater a inflação, alimentando a preocupação de que uma política monetária demasiado restritiva possa causar uma recessão.
Além disso, os investidores estão avaliar o encontro da NATO que decorre esta terça-feira, 28 de Junho, dado que tudo indica que os aliados estão prontos para classificar a China como um “risco sistémico”, de acordo com pessoas próximas do assunto citadas pela Bloomberg.
O mercado está ainda atento ao fim da reunião do G7, depois de alguns países do grupo terem anunciado que as sete nações mais ricas do mundo pretendem proibir as importações de ouro russo.
Para os analistas, no entanto, esta é uma medida que terá pouco impacto, em primeiro lugar porque já parece ter sido incorporada no preço do ouro, depois de em Março a London Bullion Market Association ter banido as refinarias de ouro russo da sua lista de oferta em Março. E em segundo lugar porque o metal russo pode ser vendido em outros mercados e, “in limine”, comprado pelo Banco da Rússia.
“O ouro ainda pode encontrar um lar noutras regiões [do globo]”, alertou Nicy Shiels, responsável pelo departamento de estratégia para o mercado dos metais da MKS PAMP, citado pela Bloomberg. O especialista explica que a China e a Índia ainda podem comprar o ouro russo com desconto e que em último caso o Banco da Rússia pode também comprar o metal amarelo com origem russa.
No mercado cambial, o índice do dólar da Bloomberg – que compara a força do “green cash” com 10 divisas rivais – perde 0,10% para 103,83 pontos. Já o euro acumula 0,17% para 1,0602 pontos.
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