Moçambique faz parte dos países que receberão apoio do Banco Africano de Exportação e Importação (AFreximbank) para a recuperação económica, face à crise provocada pelas restrições impostas para conter a pandemia do covid-19.
O facto foi tornado público na 29.ª conferência anual do Afreximbank que teve lugar recentemente na cidade do Cairo, capital do Egipto, sob o lema “Impulsionando o Potencial da Zona de Livre Comércio em África na era pós-Covid-19, para Alavancar o Poder da Juventude”.
Trata-se de uma plataforma para apoiar o processo de reconstrução das economias africanas após Covid-19 e ajudar as pessoas e comunidades afectadas adversamente pela pandemia.
“Enquanto nos esforçamos para a recuperação económica, é imperativo lembrar que o covid-19 continua a ser uma ameaça real e persistente para África. É por esta razão que é preciso realçar a importância do Fundo de Resposta ao covid-19 da União Africana, que até à data já distribuiu mais de 37 milhões de dólares em assistência aos Estados-membros da organização”, assinalou Benedict Oramah, Presidente do Conselho de Administração (PCA) Afreximbank.
E complementou, dizendo que a criação do African Vaccine Trust (AVAT), que permitiu aos estados-membros da União Africana (UA) adquirir 400 milhões de doses da vacina contra o covid-19 para conter a propagação da pandemia, trouxe a noção de que África pode ressurgir e encontrar soluções locais para os seus problemas.
“Estamos no pedestal do trabalho feito aqui para dizer que podemos, se ousarmos”, disse o presidente Oramah.
A fonte elogiou a resiliência do continente durante os tempos desafiadores trazidos pela pandemia do covid-19, destacando as histórias positivas emanadas de países específicos como o Egipto, que investiu mais de 62 mil milhões de dólares, nos últimos seis anos, para a transformação massiva das suas infra-estruturas.
“Não obstante o aumento da frequência das crises, não devemos perder de vista os desafios fundamentais que África deve resolver. Não podemos mais aceitar que, após 60 anos de independência, a África permaneça fragmentada financeira e economicamente”, disse Oramah.
Sobre a actual crise na Ucrânia, Benedict Oramah destacou os desafios impostos à África, incluindo as dificuldades no acesso aos cereais, fertilizantes e produtos petrolíferos, destacando o programa da instituição que dirige para ajudar os países a conter os impactos desta crise.
Apelou ainda a um maior empenho dos accionistas do Banco, afirmando que “um Afreximbank mais forte poderia ser um dos pilares sólidos sobre os quais o desenvolvimento de África poderia ser assente.”
O encontro contou com a participação de líderes empresariais e políticos, profissionais do sector bancário, comércio e finanças comerciais e outras partes envolvidas no desenvolvimento económico de toda a África.