A Footman James, uma companhia de seguros automóvel e de moto clássica especializada, com 35 anos de experiência, realizou um estudo que certamente trará de novo à ribalta uma velha controvérsia. Segundo o relatório final, os carros clássicos poluem menos o ambiente do que os carros modernos de combustão e eléctricos.
Porque é que os carros clássicos têm menos impacto na natureza?
De acordo com os dados divulgados pela companhia de seguros, um carro de combustão considerado clássico emite, em média, anualmente, 563 quilos de CO2 para a atmosfera. A razão para tal, porém, é bastante simples. Os proprietários de carros clássicos normalmente só levam as máquinas para fora da garagem em ocasiões especiais ou nos fins-de-semana. Por causa disto, circulam muito menos do que os carros “normais” ou eléctricos – cerca de 1931 quilómetros por ano.
O estudo não mostrou quanto um carro mais moderno, um carro de combustão, ou um carro eléctrico emite por ano (porque o carro eléctrico é zero poluente), mas utilizou como base de comparação o quanto cada um destes liberta gases poluentes na atmosfera quando fabricado: Volkswagen Golf – 6,8 toneladas; Polestar – 26 toneladas.
Segundo a Footman James, a “compensação” do carro eléctrico levaria demasiado tempo a anular a conta, porque um carro de combustão clássico levaria 46 anos a emitir as mesmas 26 toneladas de gases tóxicos para a atmosfera que um Polestar produz apenas durante o seu fabrico.
“É fácil assumir que os carros clássicos são mais prejudiciais simplesmente devido aos seus motores mais antigos e menos eficientes. No entanto, os dados contidos neste relatório refutam essa teoria. Trata-se, na realidade, de como estes veículos são mantidos e utilizados. É claro que, embora os novos automóveis modernos e eléctricos possam parecer melhores para o planeta no dia-a-dia, o problema é o impacto que a sua produção causa”, argumentou David Bond, director-geral da Footman James.
O relatório também revelou números de um inquérito aos proprietários de automóveis clássicos, salientando que a grande maioria deles estão “ecologicamente conscientes”, tanto na utilização do automóvel como noutras situações.
Os números apontaram que 66% dos entusiastas dos automóveis clássicos estão preocupados com as alterações climáticas de alguma forma, e 77% disseram já “fazer algo” para contribuir para os efeitos negativos sobre a atmosfera. O relatório também constatou que 40% compensaram, de alguma forma, a sua pegada de carbono e 52% estão a estudar formas de tornar os carros clássicos ainda mais amigos do ambiente.