Mais de 400 milhões de dólares deverão ser alocados nos próximos quatro anos em programas para a melhoria do bem-estar da criança, com intervenções focadas na educação, cuidados de saúde e protecção social.
O montante está a ser mobilizado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), no âmbito do novo programa de cooperação com o Governo para o período 2022- 2026.
A representante do UNICEF em Moçambique, Maria Luisa Fornara, disse, há dias, no lançamento do documento, que já foram mobilizados mais de 100 milhões de dólares.
Citada pelo Notícias, Maria Luisa Fornara revelou que o Plano de Cooperação estará focado na sobrevivência e bem-estar da criança, aprendizagem e desenvolvimento de competências, protecção da violência, exploração e abuso, acesso seguro e equitativo à água, saneamento e higiene e combate à pobreza O investimento será direccionado para as crianças em situação de vulnerabilidade nas províncias de Cabo Delgado, Nampula, Zambézia e Sofala.
“Este é um momento único e imperdível na História para investir nas crianças em Moçambique, um momento em que os investimentos vão permitir ao País melhorar a situação da população, em geral, e da criança, em particular”, afirmou a representante.
Maria Luisa Fornara disse igualmente, que, no caso específico da província de Cabo Delgado, investir nas crianças vai contribuir para a redução do risco de pobreza multidimensional, garantir o bem-estar e a sua resiliência, no contexto de emergência complexa devido ao covid-19, desastres naturais, violência e insegurança.
“O foco e a nossa atenção são mais necessários em sete distritos de cada uma das nossas quatro províncias prioritárias, nomeadamente Cabo Delgado, Zambézia, Nampula e Sofala, onde iremos priorizar os sistemas que possam ser alargados e produzir um maior impacto da intervenção”, explicou Fornara.
Defendeu a necessidade de conjugação de esforços e assegurar que o impacto das intervenções seja simultaneamente ágil e duradouro na construção da paz. “Cabo Delgado tem enfrentado várias situações de emergência provocadas por desastres naturais, em consequência das alterações climáticas, assim como de violência, nomeadamente a situação actual de conflito, expondo as crianças e as suas famílias a violações graves dos seus direitos”, disse.
Entretanto, o secretário de Estado em Cabo Delgado, António Supeia, acredita que até 2026, data do seu término, mais crianças, adolescentes e mulheres moçambicanas, sobretudo as mais vulneráveis, terão os seus direitos realizados e oportunidade de viverem num ambiente mais seguro.
“Esperamos ainda que o programa aumente as capacidades de planificação, implementação, monitoria e coordenação dos sistemas de prestação de serviços com capacidade de resposta a choques e resilientes, e maior acesso aos serviços sociais essenciais de qualidade”, afirmou António Supeia.