“É quase certo que o mundo irá exceder o limite de 1,5 graus Celsius para o aquecimento global nos próximos cinco anos”, revelou um novo relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM), que também alerta para os impactos devastadores em sistemas como os recifes de coral e o gelo do Árctico.
Em 2015, as hipóteses de as temperaturas globais excederem, embora temporariamente, 1,5°C durante os próximos cinco anos eram próximas de zero. Estas probabilidades têm vindo a aumentar desde então, uma vez que as emissões de gases com efeito estufa continuam a aumentar, principalmente devido à utilização de combustíveis fósseis.
Tal não significa que esta seja uma “ultrapassagem” permanente e que se fique sempre acima da meta de aquecimento de 1,5 graus definida no Acordo de Paris de 2015. Segundo a Organização Meteorológica Mundial das Nações Unidas, trata-se de algo temporário, mas que pode revelar como será um mundo em que o aquecimento global ultrapasse esta barreira.
O objectivo do Acordo de Paris é conter o aumento da temperatura média global bem abaixo dos dois graus Celsius até 2100, em relação aos níveis pré-industriais e, se possível, abaixo dos 1,5 graus.
Consequências permanentes, ainda que o aquecimento seja temporário
O mundo já está pelo menos 1,1°C mais quente do que estava antes da industrialização, e algumas das mudanças que podem ocorrer como resultado do aquecimento de mais de 1,5 graus Celsius podem ser permanentes, mesmo que o planeta volte a arrefecer.
A 1,5°C, muitos dos recifes de coral do mundo serão destruídos, e o chamado permafrost em alguns locais poderá atingir um ponto de viragem. O permafrost é um solo “permanentemente” congelado que se encontra sob grande parte do Árctico, mantendo conservadas enormes reservas de dióxido de carbono. À medida que as temperaturas aumentam, este gelo derrete e o CO2 é libertado, contribuindo para os crescentes efeitos nocivos das alterações climáticas.
Os oceanos continuarão a tornar-se mais quentes e mais ácidos, o gelo marinho e os glaciares continuarão a derreter, o nível do mar continuará a subir, e o clima tornar-se-á mais extremo. O manto de gelo e os glaciares derreterão no Árctico, o que poderá ser irreversível durante séculos e desastroso para o planeta à medida que os riscos de cheias extremas aumentarem.
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