O Maláui iniciou a importação de combustíveis, via linha férrea, através do Porto de Nacala, em Moçambique, fruto das conversações diplomáticas entre os presidentes Lazarus Chakwera e Filipe Nyusi.
Neste último fim-de-semana, o Maláui recebeu os primeiros 500 mil litros de combustível, importados a partir do porto de Nacala, uma medida que visa reduzir o custo de desembarque deste produto.
A retoma do transporte ferroviário de combustíveis ocorre meses depois de o Presidente Lazarus Chakwera efectuar uma visita a Moçambique, onde, entre outros assuntos, os dois países discutiram mecanismos para o fortalecimento das trocas comerciais.
Nesta primeira fase, o processo está a ser implementado por uma empresa privada, esperando-se que, até Setembro próximo, a empresa estatal de importação de petroléos venha a efectivar as suas importações.
O governo malauiano, sem acesso ao mar, prevê que 20% de petróleo deve ser importado país a partir da linha férrea e, neste momento, está a ser importado 15%.
A vice-presidente executiva da empresa de importação de petroleos do Maláui, Helen Buluma, disse que o país irá importar 1,2 milhões de litros de combustíveis diariamente ou uma média de 24 milhões de litros por mês, via férrea, quando o projecto estiver estabilizado.
O Maláui tem um stock de 23 milhões de litros de combustíveis em Nacala que aguardam pelo transporte via-férrea.
A Política Nacional de Energia estipula que, até 2022, 30% do combustível deverá ser importado por via rodoviária através do Corredor Dar es Salaam na Tanzânia, 50% a partir da Beira em Moçambique e 20% por ferrovia através do Corredor de Nacala.
O Maláui tem enfrentado altos custos de transporte em combustíveis e produtos diversos, facto que levou o presidente Chakwera a lutar pela retoma das linhas férreas que ligam Maláui a Nacala e Beira, em Moçambique, vias mais acessíveis para a importação de produtos.