A Empresa Moçambicana de Seguros (EMOSE) anunciou a sua disponibilidade em providenciar seguros junto da banca para facilitar o acesso ao financiamento das Pequenas e Médias Empresas (PME) sediadas na província de Sofala.
A pretensão da seguradora participada pelo Estado surge num contexto em que a província, particularmente a cidade da Beira, tem sido afectada por fenómenos associados às mudanças climáticas que têm destruído importantes infra-estruturas públicas e privadas.
O presidente do Conselho de Administração (PCA) da EMOSE, Joaquim Langa, que fez o pronunciamento esta quarta-feira, 15 de Junho, na Beira, durante a II Conferência da Banca e Seguros, explicou que a intervenção do seu sector visa essencialmente garantir o acesso ao financiamento que viabilize várias iniciativas de negócio.
“Após a passagem do ciclone Idai, muitas PME desta parcela do País viram os seus negócios ruírem, encontrando-se sem recursos financeiros para alavancar os seus negócios. Ciente deste facto, a EMOSE delineou um programa no qual vai providenciar seguros junto da banca, de modo a que as empresas interessadas em aceder aos empréstimos o façam [mesmo] sem preencher alguns requisitos exigidos pelas instituições bancárias”, disse Joaquim Langa, citado pelo Notícias.
A reunião, que juntou vários empresários, tinha como objectivo partilhar com os homens de negócio locais as soluções de facilitação ao financiamento existentes no quadro do apoio à reconstrução pós ciclones Idai e Kenneth, que causaram avultados prejuízos materiais e financeiros ao sector privado da província de Sofala.
De referir que as PME constituem mais de 98% do tecido empresarial do País e são as principais geradoras de empregos e de renda às famílias moçambicanas. Na óptica do PCA da EMOSE, um dos problemas que as PME enfrentam tem que ver com o difícil acesso ao financiamento bancário, em virtude das garantias exigidas pelas instituições de crédito para a concessão de financiamento.
“Com os serviços de garantia ao financiamento que estamos a oferecer aos empresários iremos contribuir para que estes possam recuperar os prejuízos que tiveram por conta das calamidades. Vamos induzir os bancos a reduzirem as taxas de juro porque a EMOSE vai retirar o risco”, disse Joaquim Langa.
Por seu turno, o presidente da Associação Comercial da Beira, Felix Machado, disse que muitas empresas estão a enfrentar dificuldades para aceder a créditos bancários devido aos condicionalismos exigidos pelas instituições financeiras, sendo que alguns deles têm que ver com as garantias, contabilidade organizada, entre outros.
“Esta iniciativa da EMOSE é bem-vinda porque traz oxigénio no apoio ao sector privado e acreditamos ser o mais realista, comparativamente aos fundos do GREPOC, que o Banco Mundial alocou às zonas afectadas pelos ciclones. Refiro-me concretamente aos 15 milhões de dólares anunciados e que, infelizmente, até hoje pouco se sabe sobre os mesmos”, afirmou.
Já o governador de Sofala, Lourenço Bulha, considerou a iniciativa como sendo crucial, pois ajuda a criar-se um ambiente favorável para os pequenos negócios, que constituem a vocação das micro, pequenas e médias empresas que garantem a criação e manutenção de emprego, bem como o aumento da renda das famílias.