Num momento em que, por via de uma nova onda de ataques em Cabo Delgado, a menos de 100 quilómetros de Pemba, e com várias empresas a terem, ao longo dos últimos dias, anunciado a paragem total das operações na província e a desmobilização dos seus efectivos no local, o presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) considera “catastrófico” o impacto da violência armada em Cabo Delgado sobre o tecido empresarial, falando de 50 mil postos de trabalho perdidos nos últimos anos.
Para Agostinho Vuma, se os ataques terroristas não pararem, o empresariado e os trabalhadores vão enfrentar dificuldades ainda maiores “porque as acções terroristas comprometem o desempenho da economia nacional. “A instabilidade é o primeiro empecilho para fazer negócios”, considera o presidente da CTA à agência VOA África, relembrando um estudo recente daquela confederação sobre o impacto das acções terroristas sobre o tecido empresarial mostra que cerca de 56 mil postos de trabalho foram afectados.
Vuma anota que, da monitoria da actividade empresarial que a CTA tem realizado trimestrialmente, através do índice de robustez das empresas e do emprego, “constata-se, por exemplo, que entre o primeiro trimestre deste ano e o quarto de 2021, registou-se uma retracção, tanto na actividade empresarial como no apetite da contratação das empresas”.
Entretanto, as autoridades governamentais dizem que cerca de 150 micro-empresas afectadas pelo terrorismo em Cabo Delgado, já retomaram as suas actividades.
Contudo, o presidente do Conselho Empresarial de Cabo Delgado, Mahamud Irache, afirma que esses pequenos agentes económicos ainda não regressaram aos seus distritos de origem porque receiam que possam ocorrer novos ataques.
Estatísticas oficiais estimam em mais de 4.900 o número de empresas que foram afectadas e em nove mil milhões de meticais (1,4 milhões de dólares) os prejuízos causados ao empresariado pelos ataques jihadistas.