O Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD, na sigla em inglês) anunciou esta terça-feira, 7 de Junho, a abertura na capital queniana, Nairobi, de uma representação regional que vai contemplar 22 países da África Austral e Oriental, entre os quais Moçambique e Angola.
O objectivo primordial é ajudar a reduzir a fome e a pobreza através do apoio a pequenos agricultores daquelas duas regiões do continente africano.
“A abertura do escritório regional é um marco fundamental para o processo de descentralização do IFAD, que pretende aproveitar as conquistas já alcançadas nos últimos 40 anos”, disse, na cerimónia de abertura, Guoqi Wu, vice-presidente associado do Fundo, segundo um comunicado de imprensa.
De acordo com Guogi Wu, o reforço da presença do IFAD nas duas regiões africanas “representa uma demonstração do compromisso de chegar aos mais marginalizados”.
No comunicado salienta-se que, na África Austral e Oriental, a agricultura é o maior sector empregando 65% da força de trabalho e respondendo por mais de 30% do PIB da região.
“Milho, trigo, arroz, milhete [milho de grão miúdo], batata e mandioca são os principais produtos agrícolas do comércio, gerando uma receita anual estimada em 50 mil milhões de dólares. Infelizmente, houve um declínio na produção agrícola desencadeado por choques como mudanças climáticas, covid-19 e conflitos”, destaca-se na nota.
Sara Mbago-Bhunu, diretora regional do IFAD para a África Austral e Oriental, salientou que a representação regional “tornará mais fácil para o Fundo catalisar investimentos públicos e privados na agricultura para beneficiar as comunidades e empresas rurais nos 22 países” abrangidos.
“Isso não apenas ajudará a posicionar o IFAD como líder na transformação de sistemas alimentares, mas também permitirá que a instituição amplie abordagens novas e inovadoras”, acrescentou.
Os 22 países que serão cobertos pela nova representação regional são Angola, Botsuana, Burundi, Comores, Eritreia, Essuatíni, Etiópia, Quénia, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias, Moçambique, Namíbia, Ruanda, Seicheles, Sudão do Sul, Tanzânia, Uganda, Zâmbia e Zimbabué.
“Hoje, a região tem 50 projectos e programas em curso apoiados pelo IFAD, avaliados em 4,2 mil milhões de dólares, distribuídos por 17 países”, conclui a nota.