O Fundo de Energia (FUNAE) avançou a existência de um pacote financeiro na ordem dos 26 milhões de dólares destinados a aumentar o acesso à energia e a contribuir para o alcance universal até 2030.
O anúncio foi feito em Maputo pelo presidente do Conselho de Administração (PCA) do FUNAE, António Saíde, durante a sua intervenção no painel intitulado “Encontrando o Futuro: energias renováveis na electrificação de Moçambique”, inserido nos trabalhos da 8.ª Conferência e Exposição de Mineração, Petróleo e Gás em Moçambique.
Para o efeito, Saíde falou do lançamento para breve da facilidade de financiamento destinada a promover sistemas solares residenciais e soluções de cozinha limpa, que vai permitir o aumento do acesso à energia.
A iniciativa, segundo avançou o PCA, conta com apoio do Banco Mundial e será na forma de subsídios a serem concedidos com base no nível do serviço de energia, região, dificuldade de acesso à corrente, usos produtivos e género.
As estimativas indicam que cerca de 300 mil beneficiários serão alcançados nos próximos quatro anos, com enfoque nas zonas fora da rede eléctrica nacional.
“Como FUNAE, temos estado a operar com energias renováveis. Somos uma referência, mas queremos renovar cada vez mais aquilo que é a nossa intervenção, quer em tecnologias, quer em abordagens”, disse António Saíde.
Na ocasião, apontou, a título de exemplo, que 66% de pessoas está nas zonas rurais e o objectivo do FUNAE é contribuir por forma a responder aos desafios. Actualmente, a taxa de acesso global à energia no país ronda os 44%, dos quais apenas 6% estão na zona rural.
Foi na sequência dessa realidade que o Governo, ao estabelecer o “Programa Energia para Todos”, que preconiza o acesso à energia para todos os moçambicanos, adoptou duas abordagens – uma dentro da rede eléctrica e a outra fora da rede.
O representante do FUNAE explicou que, no âmbito do estudo denominado “roadmap para offgrid”, no quadro de esforços rumo ao acesso universal, a rede eléctrica nacional alcançará uma cobertura na ordem dos 68% e os 32% restantes serão cobertos através de soluções energéticas isoladas.
“Dentro do contexto de soluções fora da rede, nós encontramos uma abordagem na qual a cobertura das mini-redes estará na ordem dos 13% e 19% para aquilo que são as soluções solares residenciais”, ressaltou, acrescentando que está em curso, em todo o País, a electrificação de 41 sedes de postos administrativos com recursos às fontes renováveis.
Nas regiões mais recôndita, segundo o responsável, ficou evidente que as soluções solares residenciais constituem uma medida a adoptar sendo que o financiamento constitui uma janela de oportunidades no mercado de energias renováveis.
O FUNAE é uma instituição pública com a missão de promover maior acesso à energia de forma sustentável e racional, que contribua para o desenvolvimento económico e social do País.