O Governo da Argentina pretende ver reforçado o volume das trocas comerciais entre os empresários do seu país e de Moçambique. O embaixador da Argentina em Maputo, Juan Jorge Nunes, disse também que há interesse do seu país em incrementar os investimentos directos em Moçambique.
O diplomata falava há dias, em Maputo, depois de um encontro com o Conselho Directivo da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), ao qual manifestou a vontade dos argentinos de cooperar com o sector privado nacional na busca de mercados e estabilidade de fornecimento do trigo ao país.
Juan Jorge Nunes explicou que, durante a reunião com a CTA, as duas partes acordaram em organizar encontros entre homens de negócios nacionais e argentinos interessados em investir em Moçambique.
“O mercado de automóveis de passageiros é apetecível para os moçambicanos e pode ser um dos dinamizadores do comércio bilateral, sendo necessário encontrar instrumentos financeiros que apoiem as parcerias”, disse.
Moçambique é um dos principais mercados do trigo argentino e as partes garantiram haver esforços em curso para o estabelecimento de parcerias para a produção e desenvolvimento da cadeia de valor de cereais.
Entretanto, dados da CTA referem que o volume das transacções comerciais entre Moçambique e Argentina (exportações e importações) está estimado em cerca de 60 milhões de dólares. Deste montante, cerca de 95% correspondem à importação, por Moçambique, de produtos alimentares que incluem, entre outros, o trigo e óleo alimentar.
As exportações de Moçambique incluem bens móveis e suas componentes, obras de plástico, livros, tapetes, roupa de malha para mulheres, cortinados, estores, louça, artigos domésticos, espelho de vidro, entre outros.
“Pelo tipo de exportações, está claro que podemos fazer mais. Nota-se que o mercado argentino tem apetite pelos produtos de decoração, beleza e arte de Moçambique. Exemplo disso são os móveis, onde este País processa produtos madeireiros, porcelanas e barro que são muito apreciados na Argentina”, referiu o presidente da CTA, Agostinho Vuma.
A CTA realçou ainda a necessidade da assinatura de acordos bilaterais entre os Governos dos dois países para o fornecimento dos produtos negociados a preços competitivos.