De acordo com o jornal Público, as mortes por cancro subiram 20% no mundo, no espaço de uma década. E porque a procura por uma cura tem sido incessante, esta novidade sobre o primeiro paciente injectado com um vírus que visa eliminar o problema chega para ser recebida de braços abertos.
O ensaio clínico ainda está em fase experimental, mas é uma solução que pode revelar-se promissora.
Pelo mundo, são milhões de pessoas sujeitas a tratamentos que as enfraquecem e nem sempre as salvam. No entanto, apesar dos números assustadores não existe uma cura conhecida, existindo apenas formas de prevenir o aparecimento dos vários cancros.
Agora, pela primeira vez, foi administrado num paciente humano um vírus experimental que mata o cancro. Esta solução surge como uma esperança de que os testes concluam que este método é eficaz no combate aos tumores cancerígenos no corpo humano.
O possível medicamento de nome CF33-hNIS (ou Vaxinia) é um oncolítico, ou seja, um vírus geneticamente modificado para infectar e matar, de forma selectiva, células cancerígenas enquanto evita as células saudáveis.
Segundo o Science Alert, este vírus modificado funciona através da duplicação de células, ou seja, a célula injectada rebenta e provoca a libertação de milhares de novas partículas de vírus que actuam como antigénios, estimulando o sistema imunitário a atacar as células cancerígenas que estejam próximas.
Apesar de pesquisas anteriores em animais mostrarem que o medicamento pode aproveitar o sistema imunitário para caçar e destruir as células cancerígenas, não havia sido feito nenhum teste em humanos. Até agora.
Já começou o ensaio clínico que perceberá se o vírus que mata o cancro é seguro
Investigadores do centro de cuidados e investigação do cancro City of Hope, em Los Angeles, em conjunto com a empresa de biotecnologia Imugene, com sede na Austrália, anunciaram o primeiro ensaio clínico em pacientes humanos.
“A nossa investigação anterior demonstrou que os vírus oncolíticos podem estimular o sistema imunitário a responder e matar o cancro, bem como estimular o sistema imunitário a ser mais sensível a outras imunoterapias. Acreditamos que o CF33-hNIS tem o potencial de melhorar os resultados para os nossos pacientes”, disse Daneng Li, oncologista e investigador principal da City of Hope.
O potencial deste vírus irá depender do quão seguro é para ser injectado em pessoas, sendo que a primeira fase do ensaio clínico foca exactamente esse aspecto: a segurança e tolerância do e ao medicamento.
O objectivo é que o ensaio reúna 100 participantes, sendo eles pacientes adultos, com metástases ou tumores sólidos avançados, que tenham já experimentado pelo menos duas séries de tratamento padrão. Uma vez inscritos, os pacientes receberão uma dose baixa do tratamento experimental.
Caso os resultados sejam bem sucedidos, e o vírus for considerado seguro para este fim, serão feitos testes adicionais que investigarão como é que ele se associa ao pembrolizumab, um tratamento de anticorpos utilizado em imunoterapia do cancro.
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