A Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) vai propor ao Governo uma subida dos preços das viagens, visando assegurar a sustentabilidade da actividade, devido ao custo dos combustíveis, disse esta terça-feira, 24 de Maio, à Lusa, o presidente da agremiação.
“Não há outra opção: com mais estes aumentos nos preços dos combustíveis”, anunciados na segunda-feira, “vamos propor ao Governo o reajuste do preço de viagem”, afirmou Castigo Nhamane.
A fonte considerou “insustentável” a actividade de transporte público em Moçambique, pois os preços actualmente em vigor não cobrem os custos da operação. “Estamos nesta actividade por compromisso com o serviço público e porque não podemos decretar aumentos unilateralmente, mas vários operadores têm vindo a arrumar os carros, agravando a crise de transporte, porque passam a circular menos veículos”, avançou Castigo Nhamane.
O presidente da FEMATRO assinalou que os empresários do sector são também confrontados com o aumento dos custos de outras componentes essenciais para a viabilidade da actividade, principalmente peças e acessórios, além dos recentes reajustes nos preços de combustíveis.
“Para evitar o aumento do custo de passagem, temos vindo a propor ao Governo outras medidas de mitigação, mas não tem havido resposta”, frisou.
Na segunda-feira, a Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) de Moçambique anunciou o reajuste dos preços dos combustíveis no País, com um aumento em todos os produtos petrolíferos desde terça-feira.
A gasolina sobe de 77,39 meticais para 83,30 meticais por litro, o gasóleo passa de 70,97 meticais para 78,48 meticais por litro e o gás doméstico também registou uma subida, passando de 80,49 meticais para 85,53 por quilo, segundo a nova tabela apresentada em conferência de imprensa pela ARENE.
O petróleo de iluminação também sobe de 50,16 meticais para 77,48 meticais por litro.
Segundo o presidente da Autoridade Reguladora, Paulo António da Graça, o Governo procurou evitar um reajuste que pressionasse os cidadãos, retirando temporariamente a taxa sobre os combustíveis para evitar uma subida drástica.
“A aplicação destas medidas permitiu que se fizesse uma redução dos aumentos reais, visando minimizar o impacto ao consumidor final. Olhando, por exemplo, para o gasóleo, que é um produto primordial para a nossa economia, fez-se um esforço para que os ajustamentos não fossem feitos com base nos preços reais, onde teríamos um aumento de cerca de 13 meticais”, declarou Paulo António da Graça.