Seis nações africanas lançaram formalmente a Aliança Africana do Hidrogénio Verde. São elas a África do Sul, Quénia, Egipto, Marrocos, Namíbia e Mauritânia.
A Aliança visa fazer de África uma pioneira na adopção de fontes de energia mais limpas através da produção de hidrogénio verde. Tem ainda como objectivo acelerar a transição da dependência excessiva de combustíveis fósseis uma vez que estes impulsionam a maioria das economias do continente.
O hidrogénio verde poderia proporcionar aos africanos um novo acesso a fontes de energia mais limpas, oportunidades de emprego e benefícios para a saúde pública devido a um ar mais limpo e a um aumento das receitas de exportação fora de África.
Os países lançaram formalmente a Aliança na primeira Assembleia Mundial do Hidrogénio Verde em Barcelona, Espanha, com o apoio dos Campeões de Alto Nível das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, a Organização do Hidrogénio Verde (GH2), o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e a Comissão Económica das Nações Unidas para África.
Após as discussões iniciais na COP26, que se realizaram em Glasgow, Escócia, e depois do lançamento oficial nesta semana, a Aliança está agora a convidar mais países a se juntarem a este esforço, respondendo às oportunidades apresentadas pelas energias renováveis de baixo custo, tecnologia de electrólise de rápido desenvolvimento e sinais significativos, em alguns mercados, da grande probabilidade da procura de hidrogénio verde vir a emergir à escala nesta década.
O hidrogénio verde é produzido através da separação do hidrogénio da água utilizando electricidade renovável. Tem o potencial de descarbonizar importantes sectores industriais e de manufactura, tais como químicos, aço, fertilizantes e automóveis.
Vários países africanos podem produzir hidrogénio verde precisamente devido ao potencial natural e prontamente disponível das energias solar e eólica, sendo a disponibilidade de grandes pistas de terra não cultivável outra das vantagens de África.
A Aliança Africana fez saber que os seis países tencionam colaborar na criação de um ambiente sustentável e propício para facilitar o desenvolvimento do hidrogénio verde, assim como desenvolver uma política pública e regulamentar, que regule a produção de hidrogénio verde, o desenvolvimento de capacidades, o financiamento e a certificação para o uso doméstico e a exportação de hidrogénio verde.
Produção de hidrogénio verde na África do Sul
Até 2030, a África do Sul pretende implantar 10 GW de capacidade de electrólise no Cabo Norte e aproximadamente 500 quilotoneladas de hidrogénio por ano. Prevê-se que o país crie mais de 20 mil empregos anualmente e 30 mil oportunidades de emprego até 2040.
O futuro do hidrogénio verde na Namíbia
A Namíbia tem um plano para instalar um projecto de hidrogénio verde de 9,4 mil milhões de dólares, que criará 15 mil oportunidades de emprego durante a construção e três mil postos de trabalho permanentes, que serão 90% dos cidadãos namibianos.