O volume e as reservas dos campos marginais declarados de Angola estão estimados em quatro mil milhões de barris de petróleo, disse esta segunda-feira, 16 de Maio, o presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo.
Paulino Jerónimo, que não revelou objectivos ou prazos, disse que a quantidade significa que há muito a ser desenvolvido para permitir a estabilização da produção de petróleo bruto de Angola.
Falando no painel de alto nível do VIII Congresso e Exposição Africana do Petróleo, aberto segunda-feira, referiu que o desafio para esta legislatura é impulsionar e intensificar a substituição de reservas com o objectivo de mitigar o acentuado declínio da produção.
“Isto é, de facto, o que estamos a fazer”, disse Paulino Jerónimo, acrescentando que Angola tem cerca de 820 mil quilómetros quadrados de Bacia Sedimentar sem estratégia de exploração, a fim de avaliar toda a sua extensão. A estratégia de concessões de exploração foi aprovada e prevê a entrega de cerca de 50 concessões até 2025”, disse Jerónimo, acrescentando que 25 foram já atribuídas representando 50% do trabalho realizado em apenas três anos.
Em 2023, a ANPG diz que vai realizar a sua quarta licitação, algo que não acontece há muito tempo, revelou Paulino Jerónimo.
“A estratégia de licitação, além de olhar para o offshore, em águas profundas e pouco profundas, e o onshore na costa está a olhar para as bacias interiores, com cerca de 520 quilómetros quadrados de bacias sedimentares, nas quais já reconhecemos a existência de asfalto à superfície”, disse ele.
Aposta no gás com nove consórcios
Outro factor de investimento é o gás que, até um passado recente, pertencia ao Estado. Este não concedeu direitos de exploração, mas decidiu conceder os direitos aos investidores, o que permitiu a constituição de dois grandes projectos e a criação de nove consórcios de gás que só foi possível graças à concessão de direitos por parte do Estado.
O pico de produção petrolífera de Angola foi atingido em 2008, com 1,9 milhões de barris de petróleo/dia. Desde este período, a produção de petróleo tem estado num ligeiro declínio desde 2009 a 2015, com 1,6 milhões de barris de petróleo bruto. Agora, há um declínio mais acentuado na ordem dos 1,2 milhões de barris por dia.
Nos últimos 20 a 30 anos, foram descobertos vários campos que não eram economicamente viáveis à luz dos contratos existentes. Como resultado dos esforços empreendidos, Paulino Jerónimo anunciou que as multinacionais Esso e TotalEnergies estão a preparar-se para perfurar poços de exploração dentro das áreas em desenvolvimento que, se forem descobertos, farão uma grande mudança.
Quanto aos campos marginais, o dirigente afirmou que foram dados incentivos fiscais contratuais às fábricas marginais para permitir o seu desenvolvimento.
Em 2021, foi registada a primeira produção de campos marginais, num poço na província de Cabinda. Espera-se que outro esteja em desenvolvimento este ano e em 2023.