África registou 49 931 novos casos do covid-19 na última semana, um aumento de 32% em relação à semana anterior, e 195 novas mortes, mais 119% em sete dias, revelou o Centro Africano de Prevenção e Controlo de Doenças (África CDC).
Um conjunto de 12 países está a atravessar a quinta vaga de contágios, sugerindo que o continente passou já por um período de fraca incidência da doença e está agora a ser palco de “um novo aumento” de contágios, referiu John Nkengasong, Director do África CDC, na última conferência de imprensa semanal, a partir de Adis Abeba, enquanto líder do organismo da União Africana (UA).
O continente africano registou até hoje, 12 de Maio, mais de 11 515 milhões de casos de infecção pelo novo coronavírus, número que representa 3% do total de casos notificados globalmente, e um total de 252 434 mortes associadas à doença, segundo o África CDC.
Na última semana, a região da África Austral foi, de entre as cinco regiões do continente, a que registou, de forma muito destacada, a maior proporção de novos casos, 95% do total de 49 931 novos casos registados, seguida da região Norte (2%) e das restantes – Oriental, Ocidental e Central -, todas com 1%.
A análise de tendência nas últimas quatro semanas dá conta de um aumento de 25% no número de novos casos de infecção, assim como um crescimento de 7% no número de mortes.
O continente realizou, desde o início da pandemia, um total de 106 milhões de testes. Na última semana foram feitos 506 mil testes, o que representa um aumento de 13% em relação à semana anterior (450 mil).
Ainda assim, sublinhou Nkangasong, “o nível de testagem continua baixo em relação ao esperado” e “o continente previa realizar mais de um milhão de testes por semana”, pelo que esta última subida é ainda insatisfatória, “especialmente nesta altura em que vários países começam a reportar um aumento do número de novos contágios”.
Quanto à campanha de vacinação, o continente recebeu até agora um total de 790 milhões de vacinas, das quais 552 milhões de doses foram administradas, o que representa 70% das vacinas disponíveis. Um total de 17,3% da população africana elegível tem a vacinação completa.
Nkengasong despediu-se dos jornalistas admitindo que deixa o cargo com um “misto de sentimentos”. “Tenho a consciência de que temos ainda pela frente desafios muito grandes, a pandemia não acabou, e a trajectória [do combate ao Covid-19] mantém-se muito incerta e imprevisível, a menos que consigamos vacinar, pelo menos, 70%” da população africana, estimada em 1,3 mil milhões de pessoas”.
“Além do Covid-19, o continente continua a enfrentar surtos epidemiológicos importantes com o Ébola ou a Varíola. O África CDC continua a enfrentar desafios hercúleos para responder a todas as necessidades dos 55 Estados-membros da União Africana”, afirmou John Nkengasong.
O até agora Directo do África CDC vai ser o futuro coordenador geral dos Estados Unidos da América para o combate à Sida em todo o mundo.
O Covid-19 já provocou, pelo menos, 6,26 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da página ‘online’ Our World in Data. A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detectado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
A variante Ómicron, que se dissemina e sofre mutações rapidamente, tornou-se dominante no mundo desde que foi detectada pela primeira vez, em Novembro, na África do Sul.
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