O Director Executivo de Banca Corporativa e de Investimento do Standard Bank destacou esta quarta-feira, 11 de Maio, em Luanda, a “visão favorável” que o mercado internacional tem sobre as políticas de reforma económica que estão a ocorrer em Angola.
Ricardo Ferreira falava à imprensa no âmbito de um ‘roadshow’ que o Standard Bank está a promover para a atracção de potenciais investidores não residentes com interesse em compreender a dinâmica do mercado angolano.
Nesse sentido, realçou Ricardo Ferreira, o Banco trouxe para Angola vários fundos, que já participam no mercado de Eurobonds e que manifestaram interesse em participar no mercado de dívida local, devido à estabilidade na taxa de câmbio.
“E vamos ter várias reuniões com stakeholders importantes, tais como o Banco Central, tivemos ontem (10 de Maio), com a Bodiva [Bolsa de Dívida e Valores de Angola], com o Fundo Monetário Internacional, e tivemos também, para demonstrar a independência da visita, com um outro banco relevante da praça angolana, para terem uma outra visão que não do Standard Bank. Acho que demonstra a nossa transparência na maneira como abordamos estes temas”, referiu.
Segundo Ricardo Ferreira, um dos fundos interessados gere mais do que um bilião de dólares e vários outros gerem mais de 20, 30 mil milhões de dólares de activos, o que “pode claramente fazer a diferença, do ponto de vista de participação no sector financeiro, não só dívida internacional, mas, a prazo, de nível local”.
O responsável sublinhou que recentemente o Standard Bank realizou uma transacção com um investidor não residente, para participar em dívida local, o primeiro caso de outros que poderão vir a acontecer.
“Temos o foco em sermos considerados uma porta de entrada para investidores em Angola, não só da parte do sector financeiro, mas também na parte da economia real. Temos ainda que fazer estes roadshows, que foram temporariamente parados devido à pandemia”, referiu.
“Fizemos um em 2019 e agora este, assim que se começou a mostrar oportunidade para apresentar aquilo que pode ser considerado como grandes reformas macroeconómicas que têm vindo a acontecer, que foram postas em vigor pelo Executivo angolano, com o apoio do FMI, e que têm tido aceitação geral, uma evolução bastante positiva”, frisou.
De acordo com Ricardo Ferreira, “a liberalização do regime da taxa de câmbio é algo que em 2019 se considerava, talvez, ambicioso e não possível de se implementar, e hoje está em vigor e, portanto, considera-se que é um mecanismo que está a ter o seu impacto”.
“E isso, obviamente, que tem um efeito de curiosidade ao nível da comunidade investidora internacional que já participa nos Eurobonds. É que Angola teve sucesso numa emissão de Eurobonds recentemente, numa altura em que havia algum stress no mercado”, salientou.
Para hoje (11 de Maio), o calendário de actividades reserva encontros na Unidade de Gestão da Dívida Pública, do Ministério das Finanças, no Instituto de Gestão de Activos e Participações do Estado (IGAPE), na Sonangol (petrolífera estatal angolana), na Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (AIPEX) e na Universidade Católica de Angola.
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