As autoridades sanitárias moçambicanas estão a reforçar a vigilância epidemiológica nos pontos de entrada do País e a capacidade do Sistema de Saúde para responder a uma eventual quinta vaga do Covid-19.
As acções acontecem num contexto em que a vizinha África do Sul regista um aumento preocupante de casos da pandemia, com uma média móvel de quatro mil infectados por dia na última semana.
O Director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INS), Eduardo Samo Gudo, citado pelo Notícias, revelou que a subida do número de infecções diárias no País é previsível entre três e cinco semanas, após o aumento dos indicadores na África do Sul.
Para Samo Gudo, o reforço da vigilância nos pontos fronteiriços tem-se mostrado uma medida eficaz no controlo da pandemia do Covid-19 e a preferência de entrada é para os que apresentem certificado de vacinação completa.
“Há um aumento de casos na África do Sul, mas não há subida proporcional de óbitos devido à vacinação e ao facto de as pessoas terem imunidade gerada pelas anteriores variantes do Covid-19”, disse.
Explicou que, para enfrentar novas vagas da doença, Moçambique deve garantir que todos os indivíduos maiores de 18 anos tenham tomado, pelo menos, uma dose e os elegíveis para a vacina de reforço estejam com a imunidade restaurada.
“É verdade que estamos num contexto de alívio de medidas, mas o distanciamento, o uso de máscaras em espaços fechados, o máximo de 50 participantes nos funerais e o isolamento domiciliário continuam válidas e devem ser seguidas com rigor”, afirmou.
Revelou que o Plano de Resposta à 5ª Vaga já foi finalizado, prevendo o reforço de recursos humanos e materiais, capacidade de testagem e insumos médicos para fazer face ao aumento da demanda. Entretanto, mais 13 pessoas testaram positivo ao coronavírus ontem, período em que foram declarados 12 recuperados nas províncias de Cabo Delgado, Gaza e Tete.
Dados do sector da Saúde indicam que não houve registo de novos internamentos, altas hospitalares ou óbitos associados à doença. Um paciente continua internado na província de Manica.
Quanto à vacinação, mais 14 832 indivíduos, maiores de 18 anos, tomaram a primeira e segunda doses, enquanto 340 832 têm a imunidade restaurada com a dose de reforço. O País tem uma cobertura vacinal de 91,6%.