A produção da macadâmia no país poderá, dentro dos próximos dois anos, ultrapassar as 30 mil toneladas, o que poderá gerar mais de 150 milhões de dólares anuais com as exportações previstas para África do Sul, Vietname, China e outros países interessados nesta amêndoa.
A projecção é do Governo, que segundo o Notícias, neste momento está a dinamizar a produção desta amêndoa, cujo ponto de partida para ganhar maior visibilidade foi no ano 2020, onde as províncias de Zambézia, Manica e Niassa destacam-se por apresentar grande potencial agro-ecológico para esta cultura.
Dados do Instituto de Amêndoas de Moçambique em nosso poder indicam que existe um vasto leque de oportunidades para o país se afirmar na produção desta cultura emergente, nomeadamente, a existência de um potencial estimado em mais de 196 mil hectares para a implantação de novos campos e agro-clima favorável nas regiões agro-ecológicas.
Indicam, igualmente, a existência de potencial de aumento de escala, através da integração de pequenos produtores rurais bem como a criação de postos de emprego e incremento na renda dos produtores rurais.
Para concretizar este desafio, ainda de acordo com dados em nosso poder, há um conjunto de elementos que devem ser tomados em consideração, de forma rigorosa, na cadeia de valor da macadâmia, nomeadamente, a promoção do investimento privado para a expansão de áreas de produção e o incentivo ao processamento industrial a nível nacional de modo a garantir o aumento da capacidade de geração de emprego e consolidar a sua cadeia de valor.
Os outros desafios que se têm pela frente resultaram da necessidade de assegurar a facilitação de mecanismos de acesso aos diversos mercados internacionais, com destaque para o chinês, integrar o sector familiar na produção através do estabelecimento de sinergias com as empresas produtoras, bem como identificar linhas de financiamento para promover a cadeia de valor da amêndoa.
O Instituto de Amêndoas de Moçambique está envolvido na promoção do ambiente favorável para o desenvolvimento da cadeia de valor de amêndoas no país, com destaque para as culturas de caju e macadâmia, privilegiando a integração dos produtores do sector familiar. A cadeia de valor destas amêndoas envolve mais de 1,4 milhão de famílias moçambicanas, 47 empresas e conta com 14 960 empregos.
Segundo os dados em nosso poder, o volume actual de negócios é de 220 milhões de dólares por ano, prevendo-se que atinja um incremento de mais de 500 milhões de dólares norte-americanos por ano.
No ano 2020, o país produziu 2690 toneladas e exportou 2384 para África de Sul e Vietname. Actualmente as províncias que se destacam na produção da macadâmia são Manica (1319 toneladas), Zambézia (827), Niassa (500) e Maputo (40).
O desafio do Governo é alargar esta iniciativa para outras províncias com potencial agro-ecológico por forma a gerar mais renda, receitas e emprego. O Ministério de Agricultura e Desenvolvimento Rural tinha agendado para ontem no distrito de Guruè, um fórum para discutir a macadâmia.
A reunião que por força maior ficou adiada deveria ter a participação de todos os intervenientes na cadeia de valor, nomeadamente, o governo, empresas, produtores e prestadores de serviços agrários.