A Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) registou uma receita no valor de 3,5 mil milhões de meticais em resultado das suas operações ferro-portuárias.
O facto foi revelado esta semana em Maputo, pelo Presidente do Conselho de Administração (PCA) dos CFM, Miguel Matabel, durante uma visita de trabalho que a Comissão do Plano e Orçamento (CPO) da Assembleia da República efectuou àquela empresa.
Apesar dos ciclones que fustigaram o país, causando incidentes ferroviários do tipo descarrilamento, fraca oferta de carga, aliados ao impacto negativo da pandemia do covid-19 que assola o país desde Março de 2020, Matabel mencionado pelo Notícias considera satisfatório o resultado alcançado pela empresa.
“A nossa empresa apresentou um crescimento em relação a 2020/2021. Em termos de números, neste período o nosso resultado operacional foi na ordem de mais de 3,5 mil milhões de meticais. Portanto, houve um registo favorável apesar de grandes despesas para dar cobro às incidências dos ciclones”, citou o Notícias.
Matabel explicou que o transporte de passageiro não é fonte principal de receitas do CFM, a empresa continua a subsidiar a tarifa em cerca de 90%. Recentemente, segundo a fonte, a empresa investiu na aquisição de carruagens, automotoras e outros meios matérias, com vista a aliviar a procura de transporte nas regiões centro e sul do país.
“O transporte de passageiros é um sistema que estamos a subsidiar, não temos lucro nesta actividade, ela está elencada como parte da nossa responsabilidade social, neste sentido, recentemente adquirimos 24 carruagens. Actualmente, estamos a receber automotoras, o plano da empresa é receber mais meios para o transporte de passageiros”, acrescentou.
Por sua vez, o presidente da Comissão do Plano e Orçamento da AR, António Niquice, congratulou a empresa pela robustez financeira, face aos eventos extremos registados nos últimos dois anos no território moçambicano. Niquice enalteceu o grau de solvabilidade da empresa, facto que permitiu aos CFM contribuir com cerca de 49 milhões de dólares em impostos em 2020. No ano seguinte, conseguiram encaminhar aos cofres do Estado cerca de 80 milhões de dólares, consagrando-se como a segunda maior empresa contribuinte de impostos no país.
“Pelos resultados é uma instituição que apresenta um grau de solvabilidade muito positivo. Os números apresentados são um indicador bastante encorajador”, afirmou o parlamentar.
No que concerne ao transporte de passageiros, a fonte encorajou a empresa a investir mais, pois trata-se de uma área sensível e ainda persistem muitas lacunas que os transportadores rodoviários não conseguem colmatar.
“Como podemos constatar, os CFM desempenham um papel extremamente importante na circulação de pessoas e bens. Por isso, queremos que a empresa tenha um papel mais interventivo na componente de responsabilidade social, embora não seja a sua área de negócio. Encorajamos os CFM a capitalizar a circulação de pessoas através de carruagens, o que vai aliviar a pressão que se verifica nas nossas estradas”, referiu.