O desempenho empresarial nacional registou uma queda acentuada de 2% no 1º trimestre de 2022 no que toca ao Índice de Robustez Empresarial passando de 29% registados no último trimestre de 2021 para 27%.
O que de acordo com a Associação das Confederações Económicas (CTA), significa que esta contracção reflecte, na essência, o efeito combinado do impacto das calamidades naturais que assolaram o País no primeiro trimestre, o aumento da inflação que reduziu a taxa de juro real e o aumento de custos de matérias-primas com destaque para o petróleo, o trigo, o óleo alimentar bruto, em grande parte, explicado pelas distorções causadas pelo conflito entre Rússia e Ucrânia.
Todavia, a agremiação avança que estes factores foram contrabalançados pelo impacto positivo do aprofundamento do alívio das restrições de combate ao covid-19 ocorrido durante o 1º trimestre, o qual teve exponente máximo com o fim do Estado de Calamidade Pública, na semana passada.
Falando durante abertura da 8ª edição do Economic Briefing, havido nesta quarta-feira, 27 de Abril, na cidade da Beira, no centro do país, Agostinho Vuma, presidente da CTA afirmou que embora a redução do índice de robustez empresarial, a nível nacional, a que destacar as províncias de Sofala e Zambézia que registaram melhorias significativas, passando o top five das províncias com melhor desempenho.
“Acompanhando este comportamento, o índice de tendências de emprego, também evidenciou um abrandamento, tendo passado de 125.9 para 115.0, ou seja, uma descida de 10.9 pontos, o que revela que por um lado a obtenção de emprego em Moçambique tendeu a ser relativamente mais difícil no 1º Trimestre de 2022 em relação ao IV Trimestre de 2021, e por outro lado, as empresas moçambicanas se mostraram mais dispostas a contratar trabalhadores temporários no 1º Trimestre de 2022 em contraposição a trabalhadores permanentes”, explicou Vuma.
Portanto, esta tendência do índice de emprego segundo Agostinho Vuma, evidencia a persistência de desafios associados ao apetite de contratação das empresas, devido em grande medida pela incerteza gerada pelo choque pandémico e os riscos emergentes.
Por outro lado, no concernente ao índice do ambiente macroeconómico, a fonte disse “a nossa avaliação mostra que este indicador reduziu de 50% para 49%, reflectindo, essencialmente, a aceleração do nível geral de preços, num contexto de estabilidade cambial e das taxas de juros de referência”.
Entretanto, diante dos acontecimentos acima mencionados, o empresariado moçambicano avança ser necessário a tomada de medidas para assegurar a almejada recuperação empresarial, olhando para todos o debates levantados durante a XVII da CASP 2022.
Recordar que a presente edição ocorre numa altura que acabam de ser aprovados novos salários mínimos e as taxas de reajustes salariais variam de 3,09% para o Subsector de Segurança Privada, que foi a mais baixa, e 7%, no Sector 1, da agricultura, que foi a mais alta. Em média, a taxa de reajuste salarial foi de 5,4%.
Portanto, reconhecendo o aumento do custo de vida, os consensos alcançados em sede da concertação social, para a CTA, representam um esforço adicional significativo para o sector privado, num contexto em que este ainda se depara com problemas de liquidez frutos das crises sucessivas que afectam o seu desempenho e a robustez financeira.
Após último evento realizado na cidade de Nampula em Fevereiro deste ano, a cidade da Beira foi eleita para acolher esta 8ª edição do Economic Briefing, em linha com os ditames do Plano Estratégico da CTA 2021 e 2024 que prevê um maior envolvimento e engajamento do empresariado das diferentes regiões do nosso País no debate sobre as dinâmicas empresariais a par da consolidação do processo de descentralização.