Oito consórcios internacionais estão interessados em ser parceiros estratégicos de Moçambique na construção da barragem de Mphanda Nkuwa, com produção de electricidade, no centro do país, disse esta quinta-feira, 21 de Abril, à Lusa fonte governamental.
Os oito responderam ao concurso lançado em dezembro e entregaram dentro do prazo (última segunda-feira) os documentos de pré-qualificação.
Dois consórcios são chineses (membros principais: Longyuan Power e PowerChina), outros dois japoneses (membros principais: Sumitomo e Kansai), enquanto outros dois são europeus (um da Noruega, liderado pela Scatec, e outro francês, com a eléctrica EDF à cabeça).
Há ainda dois consórcios que juntam empresas de diferentes nacionalidades, um deles associando as ilhas Maurícias e a Zâmbia (liderado pela ETC Holdings Mauritius), enquanto outro inclui firmas de Itália e Zimbabué (com a WeBuild Group como membro principal).
Segue-se a avaliação das declarações de qualificação de cada consórcio, após a qual poderão ser apresentadas as propostas de desenvolvimento do projecto hidroelétrico.
“A assinatura do acordo de desenvolvimento e implementação do projecto será assinado entre a Electricidade de Moçambique (EDM) e a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), que representam o setor público, e o parceiro estratégico selecionado”, refere a mesma fonte, sem adiantar datas.
Há um ano, Carlos Yum, diretor do gabinete de implementação do projecto, disse que a expetativa era de que as obras de construção da barragem arrancassem em 2024 para durar, pelo menos, sete anos.
A infraestrutura está orçada num valor entre 4,5 e cinco mil milhões de dólares com capacidade para produzir 1 500 megawatts, fazendo de Mphanda Nkuwa a segunda maior hidroeléctrica do país, depois da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), que gera 2.070 megawatts.
Com as duas infraestruturas somadas a outros empreendimentos de produção de energia a funcionar em pleno, Moçambique espera alcançar o objectivo de acesso universal à energia e responder ao crescente défice energético que assola a África Austral.
A HCB foi construída ainda durante o período colonial, mas iniciou a produção após a independência de Moçambique em 1975.