Moçambique vai passar, a partir dos próximos meses, a fornecer 50 Mega Watts (MW) de energia eléctrica ao Maláui, através de uma linha que vai partir da subestação de Matambo, no distrito de Changara, província de Tete.
O Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, acaba de proceder ao lançamento da primeira pedra do projecto de interligação regional Maçambique-Maláui, na subestação de Matambo, distrito de Changara, em Tete.
De acordo com Cláudio Dambe, director de Electrificação e Projectos da Electricidade de Moçambique (EDM), trata-se de uma aposta do Governo, que visa uma melhor interacção com o Executivo do Maláui, garantindo a interligação entre os dois estados, tendo em conta o défice que o país vizinho tem, termos de energia eléctrica.
Dambe disse existir um acordo já rubricado, que visa a disponibilização de 50 megawatt’s, numa primeira fase, que vai permitir a arrecadação de divisas para o Moçambique, num projecto financiado pelo Banco Mundial, juntamente com os governos da Noruega, Alemanha e União Europeia, através da KFW, havendo contratos já assinados.
O custo para a edificação desta linha está orçado em 62 milhões de dólares, dos quais 35 milhões serão investidos no território moçambicano e 27 milhões no Maláui.
Por sua vez, a subestação de Matambo irá necessitar de uma intervenção, para a sua expansão, em razão da montagem desta nova linha e, igualmente, para a garantia da fiabilidade no fornecimento da energia, tanto para os países actualmente abastecidos por Moçambique, incluindo o Maláui, assim como para o consumo interno, estando, os valores, avaliados em 21 milhões de dólares.
Os projectos para a montagem desta linha iniciaram em Novembro de 2021 e têm a previsão da sua conclusão para Novembro de 2023. Segundo o director de Electrificação e Projectos da EDM, os empreiteiros já têm os estaleiros preparados, o design concluído, estando em curso a aquisição dos equipamentos.
“Os empreiteiros estão mobilizados e prevê-se o início dos trabalhos nos próximos meses”, garantiu Cláudio Dambe.
Em termos de execução da obra, a parte da linha, numa extensão de 218 (142 no território moçambicano e 76 no Maláui) está adjudicda à empresa indiana Larsen & Tourbo, sendo que para a parte de subestação há uma “joint venture” entre a empresa Sinohydro e outras que o nosso interlocutor não revelou.
Estas empresas foram seleccionadas através de um concurso público internacional”, garantiu Cláudio Dambe.