Terá havido “desvios de dinheiro e outros problemas na gestão dos fundos de resposta a pandemia do covid-19″, doados por vários parceiros a Moçambique. A revelação segundo reporta “O País”, foi feita pelo Tribunal Administrativo (TA), que diz já ter encaminhado o relatório ao Governo.
Como se sabe, quando o covid-19 começou a fustigar o país, o Governo desenhou um orçamento com todas as necessidades que tinha para mitigar os efeitos da pandemia, tendo o valor vindo de várias partes com destaque para o Fundo Monetário Internacional (FMI), que desembolsou 309 milhões de Meticais, sendo que no total, o Governo recebeu 668,7 milhões de dólares, distribuídos em diferentes áreas.
Todavia, tudo indica que terá havido mau uso dos fundos. O Tribunal Administrativo, afirma ter levado a cabo uma auditoria às contas do valor acima, onde evidenciou que o valor foi mal gerido.
O juiz conselheiro e relator de Contas Públicas do Tribunal Administrativo, Amílcar Ubisse, disse que os problemas detectados “são os mesmos de sempre”, especificando “o desvio do dinheiro público e os pagamentos indevidos.”
Na mesma senda, Ubisse referenciado pelo “O País”, revelou que “há problemas antigos não resolvidos como a sobrefacturação nas obras públicas, acrescentando que mesmo que o Tribunal Administrativo queira, não tem muito a fazer, porque não existem parâmetros bem definidos, com base nos quais vai detectar roubos.”
O juiz conselheiro e relator de Contas Públicas do Tribunal Administrativa deu estas declarações durante a visita de trabalho que a Comissão de Plano e Orçamento da Assembleia da República efectuou, esta terça-feira, 05 de Março à instituição.