O rublo conseguiu recuperar de quase todas as perdas ocorridas desde que começou a invasão russa à Ucrânia, tendo sido salvo pelos “remédios” de Moscovo. No início de Março, o rublo caiu para cerca de 150 dólares – perdendo quase metade do valor em menos de quinze dias – depois que os EUA e a Europa terem banido a Rússia do SWIFT e congelado parte do chamado “cofre de guerra”, constituído por reservas de cerca de 600 mil milhões de dólares.
Esta queda da moeda oficial russa mereceu inclusivamente destaque no discurso de Joe Biden, que ao visitar a Polónia na semana passada, chegou mesmo a afirmar que “face às sanções sem precedentes, o rublo foi quase imediatamente reduzido a escombros”.
Porém, desde então, o rublo tem recuperado consideravelmente, tendo esta quinta-feira, 31 de Março, sido negociado em 81,7 dólares, muito próximo do nível registado a 23 de Fevereiro, um dia antes de a Rússia invadir Ucrânia. Esta sexta-feira, a moeda oficial russa segue a ser negociada em 83,00 dólares, de acordo com os dados disponibilizados pelo Google Finance.
Segundo o vice-governador do banco central russo, Oleg Vyugin, citado pelo Financial Times, as receitas de petróleo e gás assim como as medidas impostas ao mercado monetário foram as que ajudaram a estabilizar o rublo.
“No início [da guerra] houve um momento em que o rublo caiu bruscamente, quando vários cidadãos estava a enviar dinheiro para o estrangeiro, no entanto ao ser decretada a proibição desse envio tornou-se praticamente impossível utilizar dólares no país ou no estrangeiro [por russos]”, explicou Vyugin.
Os russos foram proibidos de transferir dinheiro para as contas bancárias detidas no estrangeiro, assim como os bancos e correctoras russas foram proibidos de operar em bolsas estrangeiras denominadas em dólares e euros, de acordo com o diário britânico.
Além disso, o banco central disparou as taxas de juros para 20%, incentivando as pessoas a economizar os rublos em vez de os trocar por moedas estrangeiras. Paralelamente, os investidores estrangeiros foram impedidos de vender as acções nacionais negociadas na bolsa de Moscovo.