A Cepsa quer ir além das metas da ONU, no que diz respeito à neutralidade carbónica. Além de atingir as zero emissões até 2050 – em linha com os objetivos que os países desenvolvidos assumiram no Acordo de Paris, – a petrolífera espanhola quer ir mais longe e, a partir dessa data, ter uma pegada positiva.
“É o nosso compromisso, é um enorme desafio e também uma enorme oportunidade”, afirmou esta quarta-feira, 30 de Março, o CEO da empresa, Maarten Wetselaar, numa conferência em Madrid.
Para lá chegar, assentou toda a sua estratégia na sustentabilidade. Ao longo da próxima década prevê investir até oito mil milhões de euros, destinando 60% desse valor, a partir de 2023, a negócios sustentáveis, que espera que passem a ter um peso no seu EBITDA, de 14% em 2022, para mais de metade em 2030. Os valores estão expressos na Estratégia 2030, denominada ‘Positive Motion’, que foi hoje apresentada.
Em concreto, a empresa vai focar-se nos sectores da mobilidade sustentável e na energia verde. Através de parques energéticos – e recorrendo a parcerias estratégicas, – a empresa vai trabalhar na descarbonização do transporte rodoviário, através do investimento em hidrogénio, e também contribuir para transição energética da aviação, com uma aposta no biofuel.
O documento apresentado esta manhã mostra que a Cepsa pretende estabelecer até 2030 um posto de abastecimento a cada 300 quilómetros, nos corredores que ligam Espanha à Europa, instalando tecnologia nas suas bombas, na Península Ibérica, que permitam também o carregamento de carros elétricos, criando – em conjunto com a Endesa – “a mais ampla rede de carregamento ultrarrápido em estrada, que atingirá um rácio mínimo de um carregador de 150 kW a cada 200 quilómetros nas principais estradas e vias interurbanas”.
Até 2030, a empresa quer ser líder na produção de hidrogénio verde em Portugal e Esapnha, com uma capacidade de 2 GW, e exportar para África e o Médio Oriente. Por outro lado, quer converter as suas refinarias em espaços de sustentabilidade, prevendo ainda uma aposta em renováveis – para consumo próprio – de 7 GW, dos quais 1,5 GW já têm ligação à rede.
Para reforçar este compromisso, a Cepsa vinculou a retribuição dos seus executivos aos objetivos ESG, com até 20% do seu salário variável a depender do cumprimento dessas metas.